As declarações da presidente do Banco do Brasil, imputando as dificuldades do agronegócio à atuação de advogados que assessoram produtores na busca de recuperação judicial, geraram preocupação não só na advocacia, mas em todos que valorizam o debate qualificado sobre os desafios econômicos vividos pelos brasileiros. É comum procurar explicações simples para fenômenos complexos, como o crescimento da inadimplência no agronegócio, durante períodos de instabilidade. Entretanto, é um erro perigoso considerar a advocacia como a ‘vilã’ desse cenário, pois não é. O advogado não fixa taxas de juros, não impõe obstáculos burocráticos e tampouco se envolve em estratégias governamentais que impactam a competitividade do agronegócio brasileiro. Também não é responsável por atritos internacionais. Sua função é técnica, consistente na busca de soluções legais e na orientação para resultados positivos, visando facilitar acordos que previnam e até evitem a derrocada financeira do produtor e, consequentemente, a redução de toda cadeia produtiva.