As mudanças climáticas constituem um dos principais desafios para a humanidade no século XXI. Não existe atividade humana que não seja impactada, direta ou indiretamente, pelos seus efeitos. Suas consequências vão da segurança alimentar, com alterações nos regimes de chuva e aumento da frequência de eventos extremos, à saúde pública, marcada pela propagação de doenças e pelo agravamento de condições respiratórias. Nesse contexto, as Conferências das Partes (COP) das Nações Unidas sobre Mudança do Clima assumem papel central. Esses encontros anuais reúnem quase todos os países do mundo para negociar metas, definir mecanismos de financiamento e estabelecer compromissos de redução das emissões de gases de efeito estufa. Em 2025, a COP 30 será realizada em Belém, no mês de novembro. A escolha da capital paraense se deve à importância ambiental da Amazônia para o planeta, além de concentrar comunidades indígenas e tradicionais fundamentais para a conservação ambiental. Entretanto, estamos no Brasil, e o clássico “jeitinho brasileiro” não poderia ficar de fora de um evento dessa magnitude. Em 26 de julho, o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou a abertura de inquérito para investigar possíveis irregularidades em uma licitação de R$ 142 milhões ligada à COP 30. As acusações envolvem organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção, atingindo políticos, empresas contratadas e agentes públicos. É o Brasil sendo Brasil.