O Ádige nasce no norte da Itália, atravessa o Trentino e o Vêneto, lambe a basílica de San Zeno, em Verona, e se joga no Adriático. Com 410 quilômetros, é o segundo maior rio italiano, atrás só do Pó. Em compensação, gabam-se os tiroleses, suas águas são mega rápidas. O Alto Ádige é uma das áreas mais ricas do mundo, compete com a grande Londres. Os sinais exteriores de riqueza são públicos e não privados. Enquanto os trens de primeira, o asseio urbano e o zelo com a natureza são evidentes, não se vê nem sombra de jatinhos, guarda-costas. O fato de o rio cruzar uma região abastada explica a pujança da imprensa lá, seja cosmopolita ou provinciana. Explica também a excentricidade extrema dos nativos, que preferem jornais feitos no velho e bom papel. Com isso, as bancas oferecem todo santo dia Frankfurter Allgemeine, Le Monde e New York Times, fora os jornais de Roma. Mas todos eles, somados, vendem menos do que Il Nuovo Trentino ou o Neue Südtiroler Tageszeitung - este para os de língua alemã.