O julgamento no Tribunal do Júri termina. Réu condenado a 31 anos de prisão pelo crime de feminicídio praticado contra a esposa. Nos fundos do plenário, alívio e choro. Quatro crianças sentadas, perderam a mãe. Diante da orfandade prematura trilharão seus caminhos, também, sem a presença paterna. Sim, papai matou mamãe, e agora? Este é um exemplo dos inúmeros casos que acontecem todos os dias. De acordo com o 19º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, 4 mulheres foram vítimas de feminicídio no Brasil, por dia, em 2024. Baseado em estudos, há uma estimativa de 3 filhos por vítima, com uma projeção de 4.476 órfãos, apenas no último ano. É uma epidemia de “vítimas invisíveis” do ciclo familiar de violência. Feminicídio é o assassinato de mulher por razões da condição de sexo feminino, ou seja, quando a vítima é morta por ser mulher. É um crime que atinge a família em seu seio. Essas crianças, não só perdem a mãe, mas também o pai, o qual, via de regra, é o principal agressor e pode ser preso. Vivem, portanto, uma “dupla orfandade”.