Dados do Dieese e do Ipea revelam um expressivo crescimento da pejotização dos trabalhadores brasileiros nos últimos anos: de 8,5% em 2015 para 14,1% em 2023. Isso representa um universo estimado de cerca de 18 milhões de pessoas contratadas como pessoas jurídicas (PJ) por empresas, mas que exercem atividades configuradas como vínculo empregatício, ou seja, uma forma de burlar os direitos e ganhos instituídos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Na ação pelas garantias de direitos da classe trabalhadora e do reconhecimento da organização coletiva, todos os meus alertas estão ligados à pejotização, uberização e informalidades diversas, que muitos insistem em chamar de empreendedorismo. Mas, na realidade, são práticas que deterioram os direitos fundamentais e previdenciários dos empregados e comprometem a arrecadação tributária, impactando negativamente a capacidade do Estado financiar políticas públicas para a sociedade.