A espiritualidade tem se mostrado um recurso valioso no enfrentamento de doenças crônicas e graves. Esta é diferente de religiosidade, que diz o quanto o indivíduo acredita e segue uma religião, de forma organizacional (ir às igrejas ou rituais comunitários) ou não-organizacional (orar, ler livros etc.). Espiritualidade é mais ampla, envolve crenças, valores morais e emocionais que direcionam comportamentos e ações cotidianas. Estudos indicam que pacientes com uma forte conexão espiritual demonstram maior capacidade de lidar com a dor e menos complicações pós-cirúrgicas, além de maior satisfação com o tratamento. Um artigo do Journal of Cardiovascular Medicine destaca que pacientes com fortes crenças espirituais tendem a ter menor incidência de depressão após eventos cardíacos e maior aderência a tratamentos. Isso pode ser atribuído ao apoio emocional oferecido por comunidades religiosas e à prática de meditação e oração que estão associadas a menores níveis de cortisol, um hormônio associado ao estresse, diminuindo assim os níveis de inflamação, hipertensão e aterosclerose, fatores de risco marcantes para doença coronariana.