A semana e o ano vão fechando com uma sensação de fim dos tempos, em que você olha para um lado e vê a Câmara imoral e o Senado raivoso, olha para outro e vê o Supremo em chamas e, ao virar para o Planalto, vê um palanque, onde Lula, em campanha, finge que não tem nada a ver com isso. Tudo é espantoso no Congresso, a dita “casa do povo”, onde o tal “povo” não é ouvido e se choca, dia sim, outro também, com as decisões mais estapafúrdias, como a Câmara manter o mandato da deputada Carla Zambelli, condenada, foragida e presa. Pura confrontação contra o STF, e Alexandre de Moraes anulou a decisão, jogando álcool na fogueira entre os Poderes. Perdendo o respeito, o presidente da Câmara, Hugo Motta, conseguiu irritar o STF, esquerda, direita, governo e oposição, dando asas a absurdos nunca dantes imaginados. Não cassar Zambelli é só um exemplo e projeta a absolvição de Eduardo Bolsonaro e Alexandre Ramagem, que estão nos EUA, a muitos quilômetros da Justiça e da Câmara.