A recente campanha eleitoral na Argentina, marcada pelo uso intensivo de Inteligência Artificial (IA) e deepfakes, faz soar um alarme para as eleições de 2024 no Brasil. Neste cenário, a IA não é apenas uma ferramenta auxiliar, mas torna-se um protagonista, influenciando percepções e comportamentos de maneira quase cinematográfica. Este novo campo de batalha digital é um terreno fértil para explorar nossas vulnerabilidades cognitivas. Deepfakes, ao criar realidades alternativas convincentes, não apenas enganam os olhos, mas também sequestram processos emocionais, reforçando preconceitos e influenciando indevidamente as decisões. Recentemente, episódios de edição de vídeo com o intuito de desinformar foram revelados no Brasil. Em setembro de 2023, o Jornal Nacional denunciou a prática de deepfake relacionada a um conteúdo falso em que os apresentadores William Bonner e Renata Vasconcellos anunciavam um determinado candidato à frente nas pesquisas de intenção de voto para a Presidência. Na realidade, outro era tido como o candidato preferido, conforme divulgado no vídeo original do JN, que foi editado para distorcer a informação.