Nos últimos anos, as redes sociais se transformaram em um espaço central de convivência digital, mas também em um terreno fértil para distorções sociais preocupantes. O fenômeno dos “influencers e blogueiros” tem chamado atenção de pesquisadores no Brasil e no mundo, sobretudo pelo desequilíbrio entre a relevância do conteúdo e a recompensa financeira recebida. Estudos da University of Amsterdam (2022) apontam que a cultura da ostentação nas redes alimenta um ciclo vicioso de consumo irrefletido e idolatria por figuras que, muitas vezes, não possuem preparo intelectual ou cultural para o papel de formadores de opinião. No Brasil, pesquisa da FGV (2023) mostrou que 62% dos jovens afirmam confiar mais em influencers do que em professores ou especialistas, um dado alarmante. O que se observa é um investimento maciço de marcas e plataformas em pessoas com baixo nível intelectual e cultural. Esses indivíduos acumulam fortunas em curtidas, visualizações e contratos publicitários, enquanto perpetuam padrões de um comportamento desleal e até criminoso. Conforme o Digital Influence Report (EUA, 2021), os algoritmos privilegiam o que gera reação imediata, e não necessariamente informação de qualidade.