A notícia recente de que o Brasil voltou a figurar no constrangedor ranking dos 20 países com o maior número de crianças sem nenhuma dose de vacina (17ª posição), segundo a OMS e o Unicef, lança luz sobre um problema local e urgente que poderia ser evitado com imunização: o crescimento assustador de casos preocupantes e delicados de doenças respiratórias típicas do inverno. A situação de colapso levou o governo de Goiás a decretar emergência em saúde pública diante do avanço da Síndrome Respiratória Aguda Grave, a SRAG, que encontra nas crianças um dos alvos preferenciais. Entre janeiro e junho de 2025, Goiás registrou 6.743 casos de SRAG. Desse total, 2.654 foram em crianças menores de dois anos. Ou seja, uma em cada quatro notificações da doença envolveu esse grupo. É muito. É grave. E poderia ser evitado. Uma das principais causas é a bronquiolite, provocada pelo Vírus Sincicial Respiratório (VSR), que atinge o trato respiratório inferior e, em bebês, pode evoluir rapidamente para insuficiência respiratória. Na maioria dos casos, a internação é inevitável.