À medida que o Brasil se aproxima das eleições de 2026, torna-se inevitável refletir sobre o papel do Poder Judiciário na garantia de eleições limpas. A judicialização das disputas políticas, longe de ser um fenômeno novo, consolida-se como instrumento de controle e equilíbrio institucional. O que antes se restringia às urnas e aos palanques hoje transborda para o campo jurídico, revelando tanto a maturidade quanto as fragilidades da nossa democracia. A cada eleição, cresce o número de ações judiciais envolvendo propaganda irregular, abuso de poder econômico, uso indevido das redes sociais e disseminação de desinformação. A judicialização, portanto, reflete a complexidade do processo eleitoral moderno e a necessidade de coibir práticas que distorcem a vontade popular. O sistema eleitoral brasileiro é reconhecido como um dos mais avançados do mundo. A Justiça Eleitoral construiu um sólido arcabouço de normas e jurisprudência, atuando com eficiência na punição de condutas ilícitas. Contudo, o avanço da tecnologia — especialmente da inteligência artificial e dos deepfakes — impõe novos desafios, capazes de ameaçar diretamente a soberania do voto.