O progresso da tecnologia é tão veloz que, em vez de ajudar, complica as coisas. Morrer, por exemplo, ficou mais difícil. Se não está ao alcance da mão, a imortalidade é uma ameaça crescente. “Seu Jair” vivo para sempre, já pensou? Não se trata de uma eternidade qualquer, mas da gerada pela inteligência artificial, a IA. Se hoje ela ainda tem muito de arremedo, daqui a pouco poderá enganar, além dos trouxas de sempre, os que se julgam espertos. “Imortalidades”, do ensaísta Eduardo Giannetti, é um bom guia para entender como a eternidade mudou até chegar à inteligência artificial. O livro não a disseca porque os ressuscitados por algoritmos só saíram em massa da cova depois que o livro foi publicado, em junho. Giannetti lista os quatro tipos de imortalidade vigentes até então. A primeira é espichar a vida. Putin e Xi, os mandachuvas da Rússia e da China, falaram sobe o assunto em setembro, numa cerimônia em Pequim, e um microfone abelhudo captou a conversa.