O Brasil vive uma crise silenciosa, mas devastadora, dentro do ambiente de trabalho: a crise da saúde mental. Cada vez mais, trabalhadores estão sendo afastados por transtornos psicológicos, o que afeta tanto a vida pessoal quanto a produtividade das empresas. Os números de 2024 são alarmantes: 472.328 licenças concedidas pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) devido a problemas psicológicos, um crescimento de 68% em relação ao ano anterior. Mas um dado chama ainda mais atenção: 64% desses afastamentos foram de mulheres, praticamente o dobro dos homens. O que isso nos diz sobre a realidade feminina no mercado de trabalho? Essa desigualdade tem raízes profundas. As mulheres enfrentam uma carga tripla: o trabalho profissional, as tarefas domésticas e o cuidado com a família. Mesmo com todas as conquistas e avanços, elas ainda são as principais responsáveis pelo lar e, muitas vezes, precisam equilibrar tudo isso com um mercado de trabalho que não está preparado para acolhê-las. Salários menores, instabilidade profissional e a pressão constante para dar conta de tudo criam um cenário insustentável, que culmina em altos índices de ansiedade, depressão e burnout.