Com as 121 mortes na operação policial do Rio, acusada de chacina pela esquerda, aplaudida pela direita e, segundo as pesquisas, apoiada pela sociedade, a oposição se realinhou e ganhou novo ânimo e nova bandeira para superar a dependência de Jair Bolsonaro e enfrentar o favoritismo de Lula para 2026. O ambiente político, já tão instável, sofreu mais um solavanco. Lula, que vinha deslizando na pista eleitoral praticamente como candidato único, deve se preparar para fortes obstáculos no Congresso, onde não se fala mais de anistia ou dosimetria para Bolsonaro, mas a pauta saiu da economia, prioritária para o governo, e desabou na segurança, solo fértil para a direita. Lula está no palanque, mas pode terminar 2025 com a derrota acachapante da PEC da Segurança no Congresso e entrar no ano eleitoral enfrentando a CPI das organizações criminosas, comandada pela oposição e focada em martelar que a esquerda "defende bandido", é "contra a polícia" e "conivente com o tráfico". Esquecendo, aliás, que os Bolsonaro deram a principal comenda da Alerj para um miliciano preso e depois morto pela polícia.