O Relatório de Monitoramento Global da Educação de 2023 da Unesco reuniu pesquisas do mundo todo que comprovam os prejuízos do uso indiscriminado do celular nas escolas. Algumas das nações mais desenvolvidas no campo da educação já estabeleceram leis de restrição: França, Espanha, Grécia, Dinamarca, Finlândia, Itália, Suíça, México. Enquanto, Estados Unidos, Portugal, Escócia e Canadá aderiram em algumas partes. O governo brasileiro assentiu corretamente a proibição, exceto para usos pedagógicos, de acessibilidade, inclusão e condições médicas, inserindo em lei o dever da educação digital (Lei 15.100/25).

Déficit de atenção, comprometimento da memória, diminuição da capacidade de raciocínio abstrato, dependência de estímulos sonoros e visuais para compreensão dos conteúdos, dificuldade de processamento de informações complexas e leituras profundas, piora dos níveis de interação social e emocional/mental... transtorno de humor, tédio, depressão... além de comprometimentos à saúde física, como sobrepeso e má qualidade do sono. Segundo estudos recentes da neurociência, a simples presença do aparelho celular já compromete o foco e aumenta os níveis de ansiedade.

O Brasil é o segundo país com maior consumo de tecnologia de “tela” em todo mundo, com quase 60% das horas acordadas diante de algum aparelho touch screen – display eletrônico capaz de detectar e a atender a comando de toques. No Japão, por exemplo, ao contrário do que muitos imaginam, este percentual é de apenas 21%. A recomendação da Sociedade Brasileira de Pediatria é que crianças menores de 2 anos não tenham qualquer consumo eletrônico; entre 2 a 5 anos, até uma hora por dia; entre 6 e 10 anos, até duas por dia; e, entre 11 e 18 anos, até três horas por dia.

Contudo, fora e dentro do contexto escolar, além dos danos à saúde físico-mental, a onipresença da tecnologia à palma da mão somada à baixa capacidade de raciocínio crítico tem elevado a proliferação de fake news, gerando uma terrível avalanche de desinformações... Este, ao nosso ver, é o grande problema da humanidade. Ou seja: estamos em um processo acelerado de emburrecimento global.

Vejamos ainda que os números divulgados pelo Instituto Pró-Livro – Retratos da Leitura no Brasil/2024 são desoladores: 73% dos brasileiros não leram um livro sequer, nem mesmo em parte, nem mesmo utilizando os próprios computadores ou quaisquer mídias, físicas, digitais ou audiovisuais, nem os didáticos, nem os religiosos, incluindo a Bíblia. Ora, para os cristãos, sem A Palavra, para onde iremos?

Mas, voltemos às crianças. A cada dia mais negamos a elas o mais singelo e sagrado entre todos os seus direitos: ser criança. Zomba-se desse direito, atando-as às telas, para que desde cedo aceitem, como destino inarredável, o encanto das máquinas; para que não sejam incomodados no seu próprio labirinto. E as crianças, catatônicas, agora se alimentam de guloseimas fantasmagóricas e de sonhos de plástico.

No mundo das máquinas do presente século muita sorte têm as crianças que ainda conseguem ser crianças, para as quais a escola é lugar de estudar, brincar e esperançar, a fim de exercer a sociabilidade de forma saudável e plena. Porém, o mundo esqueceu por completo as lições do Mestre Jesus Cristo: deixai-me vir as crianças e não as impeçam, porque delas é o Reino dos céus (Mateus 19: 14).

Edemundo Dias de Oliveira Filho, advogado e escritor. Mestre em Direito Público

O celular e a Educação

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Edemundo Dias de Oliveira Filho

Em um cenário de complexidades econômicas e transformações disruptivas, empreender no Brasil demanda mais do que visão e resiliência: exige suporte estratégico para navegar por desafios que vão desde modernizações tecnológicas até exigências tributárias e jurídicas. Nesse contexto, o associativismo emerge como pilar fundamental para a sustentabilidade dos negócios, integrando competências e fortalecendo o ecossistema produtivo.

A dinâmica empresarial contemporânea impõe uma rotina de adaptação contínua. Questões como compliance ambiental, inovação em modelos de gestão e a volatilidade de mercados globalizados exigem dos empreendedores não apenas expertise, mas também tempo — recurso escasso em meio a demandas cotidianas. É nesse cenário que a Associação Comercial, Industrial e Serviços de Goiás (Acieg) assume papel decisivo, oferecendo estrutura e conhecimento para transformar obstáculos em oportunidades.

Com quase um século de trajetória, a Acieg consolida-se como entidade de referência no apoio ao setor produtivo goiano. Sua resiliência histórica, testada em crises socioeconômicas e reviravoltas de mercado, reflete não apenas a solidez institucional, mas também a sinergia com um empresariado dinâmico e visionário. A força da associação está na confiança de seus associados, que compartilham conosco a missão de impulsionar o desenvolvimento de Goiás.

A adesão à Acieg, processo ágil e digital via portal oficial, abre acesso a um portfólio multifacetado: como por exemplo, consultorias jurídica e tributária, ambientes colaborativos para networking, certificação digital e organização de eventos setoriais. Esses produtos e serviços são desenhados para otimizar a gestão empresarial, reduzindo custos operacionais e ampliando horizontes de atuação.

Destaque para iniciativas como a Feira Internacional de Comércio Exterior do Brasil Central (Ficomex), que posiciona empresas goianas em cadeias globais de valor, além de milhares de atendimentos anuais que resolvem demandas críticas do dia a dia empresarial. Cada serviço é pensado para simplificar processos e gerar eficiência, permitindo que o empreendedor foque no que realmente importa: crescer.

Em um mundo marcado por incertezas, a Acieg mantém seu compromisso de ser agente ativo na construção de um ambiente empresarial seguro e inovador. A entidade atualiza-se constantemente, antecipando tendências e adaptando seus serviços às necessidades emergentes da transformação digital à sustentabilidade.

O futuro do empreendedorismo goiano é promissor, mas exige união: associar-se é mais que uma vantagem estratégica – é somar forças para pavimentar caminhos coletivos de sucesso. Em um cenário de possibilidades infinitas, a Acieg reforça seu convite: seja em que fase está o seu empreendimento, no início ou em busca de expandir seus negócios, a Acieg será não apenas um apoio, mas sua associação parceira de longo prazo.

Rubens Fileti, presidente da Associação Comercial, Industrial e Serviços de Goiás (Acieg)

Associativismo e crescimento

Rubens Fileti

O presidente Donald Trump, cumprindo promessa de campanha, anunciou a retirada dos EUA da OMS (Organização Mundial de Saúde)no início de seu segundo mandato, retomando uma iniciativa de 2020 que havia sido revertida por Joe Biden. A OMS, fundada em 1948 como agência da ONU, tem 193 países-membros. Os EUA são membros desde o início e foram um dos maiores doadores voluntários, contribuindo significativamente para crises sanitárias como ebola, zika e covid-19.

A saída, acompanhada de medidas como suspensão de financiamento e retirada de servidores, representa um ataque ao multilateralismo e à cooperação internacional, alinhando-se a posições da extrema direita contra organizações como a ONU. Trump, crítico da ONU desde antes de sua eleição em 2017, atacou a OMS durante a pandemia, acusando-a de favorecer a China. Sua retirada da organização reflete um movimento mais amplo contra o multilateralismo, alinhado à extrema-direita, que defende que organismos multilaterais são limitadores da soberania nacional.

Ainda que tenha naturalmente suas falhas e limitações, a OMS é de suma importância para a saúde global, coordenando esforços dos países para combater mazelas sanitárias que extrapolam as fronteiras nacionais. A politização da pandemia nos EUA exemplifica esse processo, com a OMS sendo retratada como inimiga da liberdade norte-americana.

A saída dos EUA da OMS pode comprometer programas essenciais de saúde global, especialmente em países vulneráveis, afetando iniciativas como o combate à poliomielite, o controle do HIV e o desenvolvimento de vacinas. A retirada de financiamento e da equipe técnica impactará a prevenção e resposta a epidemias e pandemias. Nos EUA, a decisão pode prejudicar o acesso a redes globais de detecção de doenças infecciosas.

No caso do Brasil, a redução de recursos da Organização pode trazer reflexos negativos na estruturação de respostas às emergências. O Brasil é um dos membros-fundadores da OMS e ocupou a direção-geral do órgão durante duas décadas. Apesar de que boa parte da cooperação internacional sobre temas de saúde no continente americano se dê também pelo organismo multilateral regional voltado para essa área, a OPAS – Organização Pan-Americana da Saúde –, a qual não foi alvo do corte de recursos anunciado pelo presidente norte americano, o impacto no dia a dia da gestão e cuidados de saúde certamente se farão sentir em nosso país.

O enfraquecimento da presença dos EUA na OMS abre caminho para que a China aumente sua influência sobre a organização. Pequim já tem expandido sua participação em fóruns multilaterais e investido em diplomacia da saúde, promovendo vacinas e assistência médica a diversos países em desenvolvimento. A China pode ocupar esse vácuo, moldando políticas e prioridades globais de saúde segundo seus interesses estratégicos.

A saída dos EUA da OMS reflete uma postura isolacionista prejudicial, que fragiliza a governança sanitária global e compromete esforços coletivos contra pandemias. Além de deixar o mundo mais vulnerável a crises sanitárias, essa decisão reforça a desinformação e cria um vácuo de liderança que pode ser ocupado por potências como a China. O resultado pode ser uma OMS mais dependente de interesses específicos, em vez de uma instituição fortalecida por um equilíbrio de forças globais comprometidas com a saúde pública.

Thiago Brito Steckelberg, bacharel em Relações internacionais, especialista em Direito internacional e mestre em Ciências ambientais. Professor de Direito Internacional

Estados Unidos fora da OMS

Thiago Brito Steckelberg

Em 2024, a GoiásFomento atingiu a marca de R$ 1 bilhão em liberação de crédito para micro, pequenos e médios empreendedores de todos os municípios goianos. Os financiamentos com condições especiais e juros subsidiados atenderam mais de 40 mil empresários, abrangendo áreas como agricultura, inovação, sustentabilidade, maquinário, equipamentos, capital de giro.

Só no último ano, foram liberados R$ 68 milhões em financiamentos. O significado desses desembolsos é que o Governo de Goiás está cumprindo seu compromisso de gerar empregos, renda e desenvolvimento nos 246 municípios.

O resultado positivo também evidencia a estratégia corporativa que buscou o aumento da eficiência, crescimento sustentado do crédito e foco em linhas de maior retorno. Ações específicas, como a Semana do Crédito, colaboraram para o avanço. Só nesse evento, 27 cidades foram visitadas, 2.792 atendimentos foram realizados e 683 empresários obtiveram qualificação para adquirir crédito.

Todo o trabalho executado refletiu em números de destaque e prêmios. No ano anterior, a GoiásFomento recebeu selo Diamante no prêmio Ética e Responsabilidade e Goiás Mais Transparente. No prêmio Governança, conquistou o selo Ouro. A premiação é uma iniciativa da Controladoria-Geral do Estado (CGE-GO), que, inclusive, reconheceu o empenho da instituição, contribuindo para Goiás ficar na liderança dos mais transparentes do Brasil, segundo a Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil (Atricon).

Para esse ano, a agência buscará intensificar as parcerias com as prefeituras. Cada cidade contará com uma visita da equipe técnica da GoiásFomento para firmar ou reforçar a parceria e conhecer os benefícios. Há diversas opções para o gestor investir, como em financiamentos com taxa zero para os empreendedores locais, cartão auxílio-alimentação para o servidor público, crédito consignado para o servidor público municipal, dentre outros. As visitas aos municípios são parte da diretriz do governador Ronaldo Caiado para a GoiásFomento ampliar sua rede de atuação e estar presente em todos os municípios.

A agência também mantém compromisso assumido como agente financeiro dos programas sociais do governo, liderado pela primeira-dama Gracinha Caiado. Benefícios como o Aluguel Social, Aprendiz do Futuro, Mães de Goiás, Para Ter Onde Morar, dentre outros, têm apresentado desdobramentos positivos, que refletem em mais dignidade e oportunidade às pessoas por eles beneficiadas.

As perspectivas para esse ano que se inicia é expandir as atividades da Semana do Crédito, percorrendo todos os municípios para levar informação e soluções financeiras diretamente aos empreendedores. Com a presença da GoiásFomento nas cidades, novas oportunidades serão oferecidas aos empresários, com o objetivo de efetivar a democratização do crédito. A prioridade do estado, conforme orientação do governador, é continuar construindo um ambiente propício para o crescimento econômico e a geração de empregos.

Lucas Fernandes de Andrade, presidente da GoiásFomento

Democratização do crédito

Lucas Fernandes de Andrade

O trânsito no Setor Bueno, especialmente nas proximidades das Avenidas T-1, T-2 e T-3 e das Ruas T-51, T-53 e T-55 é um verdadeiro caos urbano. A concentração de pelo menos oito grandes escolas em um pequeno perímetro gera um volume de veículos absolutamente insuportável nos horários de entrada e saída.

Pais e responsáveis, em sua busca por facilitar o embarque e desembarque das crianças, estacionam de forma irregular, obstruem vias inteiras e transformam a região em um verdadeiro labirinto para quem precisa transitar. Essa situação é agravada pela presença de um hospital e um hotel na área, que frequentemente têm seus acessos comprometidos devido ao trânsito desordenado.

A cena é sempre a mesma: carros parados em fila dupla ou até tripla, buzinas constantes, pedestres tentando atravessar em meio ao congestionamento e, acima de tudo, uma sensação de impotência. Os moradores e frequentadores da região convivem diariamente com o caos, que se intensifica nos horários de pico. Para quem precisa acessar o hospital, seja em uma situação de emergência ou para uma consulta, o tempo perdido no engarrafamento pode ser crucial. Além disso, quem reside na área enfrenta dificuldades diárias para chegar ou sair de casa, e as ruas estreitas tornam a fluidez ainda mais inviável.

Esse problema, que se arrasta há pelo menos oito anos, não é apenas um reflexo do crescimento desordenado da cidade, mas também da falta de planejamento urbano e da inércia das autoridades responsáveis. A Secretaria de Mobilidade Urbana parece ignorar a gravidade da situação, não apresentando qualquer tipo de solução para minimizar o impacto do excesso de escolas concentradas em uma única região. É inadmissível que, em pleno século XXI, uma área de grande movimento continue sem estratégias adequadas para organizar o fluxo de veículos e garantir o direito de ir e vir.

A pergunta que fica é: até quando a população local terá que suportar esse cenário caótico? A ausência de medidas efetivas apenas reforça a sensação de abandono e descaso. Soluções práticas e viáveis existem, mas demandam vontade política e a colaboração entre poder público e instituições privadas. Entre as alternativas que poderiam ser implementadas, destacam-se os horários escalonados para entrada e saída das escolas: Com a separação dos horários entre as instituições, seria possível distribuir melhor o fluxo de veículos ao longo do dia, reduzindo os picos de congestionamento.

Com a criação de bolsões de embarque e desembarque, áreas específicas poderiam ser reservadas para que os pais pudessem estacionar sem obstruir as vias principais. E a implantação de um esquema de trânsito com apoio de agentes nos horários de maior movimento poderia garantir maior fluidez e evitar irregularidades, como estacionamentos em fila dupla.

A reavaliação do zoneamento urbano também evitaria a concentração de tantas escolas em um mesmo local, fato que demonstra a necessidade de um planejamento mais criterioso para evitar problemas semelhantes em outras regiões da cidade. É evidente que o problema não será resolvido de forma instantânea, mas é imprescindível que as autoridades tomem providências.

Não é aceitável que uma situação tão grave continue sendo ignorada, comprometendo a qualidade de vida dos moradores e a funcionalidade de serviços essenciais. O trânsito no Setor Bueno, especialmente nas proximidades da Avenida T-3, é um grito por soluções que não pode mais ser silenciado. O que falta é ação, planejamento e um compromisso real com a população. Afinal, oito anos de espera já ultrapassam todos os limites do razoável.

Antônio de Moraes Júnior, médico urologista