Quem conta o caso é Giorgio Vasari, o historiador da arte renascentista, autor de “Vidas dos Artistas”, de 1550. O papa Bento 9° mandou um cortesão a Florença buscar desenhos, a fim de escolher artistas para decorar a antiga Basílica de São Pedro, em Roma. Recomendou que não se esquecesse de Giotto, tão elogiadas eram suas pinturas no Campo Santo de Pisa. O emissário foi a ele e pediu amostras da sua arte. Com o pincel que tinha à mão, Giotto fez um círculo numa folha e disse: “Eis o desenho”. O enviado pediu mais trabalhos e ele respondeu que bastava aquele, mas que explicasse ao papa que o traçara sem compasso. Ao receber o papel, Bento 9° admirou-se da precisão do contorno feito à mão livre, proclamou que seu autor era um ás e o chamou a Roma. A história deu origem a um dito que indica perfeição: mais redondo que o O de Giotto (più tondo dell’O di Giotto).