O Brasil já conhece bem os rostos de Marcola, Beira-Mar, Tuta, André do Rap, Álvaro Santa Rosa... São os “presidentes” oficiais do Primeiro Comando da Capital (PCC), do Comando Vermelho (CV) e do Terceiro Comando Puro (TCP), figuras quase mitológicas tidas como comandantes das grandes facções criminosas. Mas e se esses nomes forem apenas a face exposta de expoentes maiores? Nos últimos anos, as operações contra o crime organizado trouxeram uma revelação incômoda: o verdadeiro poder já não está apenas nas celas dos presídios ou nos guetos das cidades. Está em luxuosos escritórios e condomínios nas metrópoles, nos Estados Unidos da América, na Europa, em sedes de propriedades rurais na América do Sul e no Caribe, bem longe das manchetes de jornal. Agora, quando a Polícia bateu à porta do presidente nacional de um grande partido político, descortinou-se que a infiltração não é mais coisa do chão de fábrica, chegou ao cume da empresa. E, se -- e somente se -- as investigações realmente aprofundarem nessa linha, de forma republicana, muita coisa cavernosa virá à tona.