Não apenas o mais simpático dos papas. Francisco foi um homem de ideias que avançaram sobre todos as dimensões da sociedade, não se limitando ao ofício católico. Entre estas, a dimensão da arte, que ele soube penetrar como um artista da palavra. Inspirando liberdade religiosa, embora profetizasse uma única delas, o papa passado angariou confiança e criou um ecossistema de tolerâncias em que há o lugar acolhedor para todos aqueles socialmente menosprezados. No entanto, a mais surpreendente e original das portas que ele abriu foi aquela que acolheu os artistas e a arte, reconhecendo a importância que têm no mundo. E o papa que Francisco foi não ficou nas palavras e pensamento. Desceu às obras e fatos. Em abril do ano passado, ele tornou-se o primeiro papa a visitar a Bienal de Veneza, o mais tradicional evento de arte, já secular, em sua 60º edição, que continua marcando o compasso e apontando horizontes na arte global.