Com a aposentadoria do ministro Luís Roberto Barroso, perdem o Brasil, o Supremo e também o presidente Lula, quando a polarização ainda domina a política e ele parecia navegar de vento em popa, mas a ventania da oposição veio mais rápida e mais forte do que o previsto. A derrubada da MP que aumentaria a arrecadação bateu no bolso, ou melhor, nas contas do governo. Uma derrota e tanto. Barroso, indicado para o STF por Dilma Rousseff, em 2017, antecipou sua aposentadoria em oito anos e se despediu muito emocionado, deixando um legado de firmeza, convicções, defesa contundente da democracia e, particularmente, de discursos vivos e brilhantes. Ouvi-lo é um aprendizado e um prazer. Lula tem o desafio de nomear um jurista à altura, “terrivelmente democrático”, técnico, firme e corajoso, para enfrentar até golpistas e presidentes infames de potências alhures. É cedo para certezas, mas quem lidera a lista é o ex-presidente do Senado Rodrigo Pacheco, seguido pelo ministro do TCU Bruno Dantas e o atual advogado-geral da União, Jorge Messias.