No último dia 20 de outubro de 2025, o Brasil assistiu, estarrecido, a mais um episódio de violência em ambiente escolar. Um professor de 53 anos, em uma escola pública no Distrito Federal, foi agredido pelo pai de uma aluna após ter pedido que a estudante guardasse o celular durante a aula. O homem invadiu o colégio, desferiu socos e chutes no educador e destruiu seus óculos. O crime, cometido à luz do dia, escancarou a fragilidade de um espaço que deveria ser inviolável: a escola. E simboliza uma crise silenciosa e crescente que se alastra pelas redes públicas e privadas do país. A violência contra professores vem aumentando de forma alarmante. Segundo levantamento do canal Disque 100, o número de denúncias de violência nas escolas cresceu 50% em 2023 em relação ao ano anterior. Um estudo da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) mostra que o número de ocorrências de ‘violência interpessoal’ em ambientes escolares saltou de 3.771 em 2013 para 13.117 em 2023. Paralelamente, há outro dado inquietante: oito em cada dez professores brasileiros já pensaram em abandonar a carreira, conforme pesquisa da Agência Brasil (2024). Entre eles, 46% relatam agressões verbais e 23% afirmam ter sofrido intimidações diretas.