O ano de 2023 foi marcado por profundas reflexões e transformações no cenário da mobilidade urbana no Brasil. Ao refletir sobre os últimos anos, percebemos que a pandemia de Covid-19 deixou marcas, afetando gravemente o transporte público. Com uma queda acentuada de 51,1% nos passageiros pagantes em comparação com 2019, o setor enfrentou prejuízos alarmantes de R$ 16,7 bilhões entre 2020 e 2021, segundo informações da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU). Essa crise evidenciou a vulnerabilidade do modelo de financiamento do transporte público, dependente quase que exclusivamente da tarifa dos usuários. O setor clama por uma reforma estrutural, defendendo subsídios públicos e tarifas proporcionais à renda dos cidadãos. Neste contexto uma das soluções para essa situação é a descarbonização do transporte público, ou seja, a substituição dos veículos movidos a combustíveis fósseis por aqueles que utilizam fontes renováveis de energia, como eletricidade, hidrogênio ou biocombustíveis. Essa medida traz benefícios ambientais, sociais e econômicos, como a redução das emissões de gases de efeito estufa, a melhoria da saúde pública, a geração de empregos verdes e a diminuição da dependência de importações de petróleo.