Nos últimos 80 anos, o Brasil avançou de forma expressiva na expectativa de vida: um brasileiro nascido na década de 1940 viveria, em média, 45,5 anos; hoje, a média é de 76,4 anos. Esse salto está intimamente ligado à ampliação do acesso ao saneamento básico. Mas ainda há muito a ser feito. De acordo com o Painel Saneamento Brasil, mais de 16% da população não tem acesso à água potável e cerca de 44% não dispõe de coleta de esgoto. Em números absolutos, são 34 milhões de pessoas sem água tratada e 90 milhões sem coleta de esgoto. Somente em 2023, de acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil registrou quase 197,5 mil internações provocadas por doenças de veiculação hídrica, que são aquelas transmitidas pelo consumo de água contaminada. Se o acesso fosse universal, os benefícios seriam imensos: menos pressão sobre os serviços de saúde, maior expectativa de vida e desenvolvimento econômico mais sólido. Com saneamento, há menos doenças, menos dias de trabalho perdidos e menores gastos com tratamento, tanto para o indivíduo quanto para o Estado.