Como uma folha em branco, o início do ano nos oferece a chance de refletir sobre escolhas, reescrever histórias e adotar hábitos que promovam bem-estar emocional e psicológico. O Janeiro Branco é um convite para olharmos com atenção a nossa saúde mental e a daqueles ao nosso redor. Essa reflexão se torna ainda mais urgente diante do impacto crescente de doenças mentais, como o burnout. Reconhecida como doença ocupacional pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2022, a síndrome é um fenômeno complexo que afeta cerca de 30% dos trabalhadores brasileiros, segundo a Associação Nacional de Medicina do Trabalho (Anamt). Isso equivale a mais de 30 milhões de pessoas, o que coloca o Brasil como o segundo país com mais casos diagnosticados no mundo. Embora comumente associado ao ambiente de trabalho, o burnout também se manifesta em situações de estresse crônico fora do mercado profissional. Exemplos incluem a maternidade atípica, que exige dedicação constante e emocional, e o preparo exaustivo para vestibulares e concursos. Em profissionais da saúde, a sobrecarga vivida durante a pandemia evidenciou a dimensão dessa síndrome. Ela resulta de uma combinação de demandas excessivas, recursos insuficientes e falta de períodos de recuperação, fatores que comprometem profundamente a saúde física e mental.