Uma das frases mais conhecidas sobre o funcionamento da política, atribuída ao mineiro Magalhães Pinto, a compara a uma nuvem. “Você olha e ela está de um jeito. Você olha de novo e ela já mudou”. O fenômeno se revelou nesta semana, desta feita provocado por instabilidades na temperatura do debate nacional em consequência da operação da Polícia Civil do Rio de Janeiro em dois complexos de favelas ocupadas pelo Comando Vermelho (CV). Em 11 de outubro mostrei nesta coluna o ambiente desafiador para os pré-candidatos da direita, em especial para o governador Ronaldo Caiado (UB). E por uma série de razões, entre elas a recuperação da popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) graças às sanções dos Estados Unidos contra o Brasil articuladas pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL/SP); pela falta de apoio popular à anistia dos golpistas; pela fragmentação da direita, que ficou sem discurso e líderes para sua reorganização após a prisão domiciliar e a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro.