O Mercosul racha ao meio na pior hora, com o Brasil e o Uruguai de um lado, articulando uma reação ao tarifaço de Donald Trump, e a Argentina e o Paraguai de outro, alinhando-se ao imperador norte-americano, justamente quando Trump implode o multilateralismo e a Europa, Ásia e África intensificam sua integração e seus blocos por auto-proteção e o acordo Mercosul-União Europeia ganha, ou ganharia, oportunidade e tração. Se havia dúvidas sobre a divisão, elas acabam de ruir na cúpula da Celac, que reuniu países da América Latina e do Caribe em Tegucigalpa, Honduras, nesta quarta-feira. A declaração final foi apoiada por 30 dos 33 países, sob a liderança, entre outros, do Brasil. Quem ficou de fora? Argentina e Paraguai, além da sangrenta Nicarágua. Com um detalhe: os três presidentes não foram nem enviaram seus chanceleres, foram representados pelo terceiro escalão.