Na história do Supremo Tribunal Federal (STF), constata-se que o guardião da Constituição sempre foi vítima do autoritarismo, que se manifestou pelos inúmeros pedidos de impeachment, aumento do número de ministros e até mesmo de ameaça para alterar julgamento. Entretanto, o Tribunal institucional e democraticamente resistiu, nos limites do possível essas agressões. Uma das primeiras dessas agressões foi feita por Floriano Peixoto, quando, em abril de 1892, decretou estado de sítio por 72 horas, com a suspensão das garantias constitucionais e antes mesmo do decreto e ainda depois dele, o Marechal de Ferro mandou efetuar numerosas prisões e desterrou vários presos. Entre os detidos encontravam-se marechais, generais, senadores, deputados, jornalistas, oficiais do Exército. Coube a Ruy Barbosa, com desassombro e admirável capacidade profissional, impetrar em desfavor dos detidos Habeas Corpus. Antes do julgamento ocorreu intimidação ao Tribunal em comentários da imprensa e corria como verdadeira uma frase atribuída a Floriano: “Se os juízes do Tribunal concederem habeas corpus aos políticos, eu não sei quem amanhã lhes dará os habeas corpus de que, por sua vez necessitarão”.