Setembro Amarelo nos lembra de duas verdades que nos acompanham: a vida e a morte. A vida, com suas cores, dores e descobertas. A morte, inevitável, que nos fala de fragilidade e urgência. Entre essas duas certezas está o suicídio — não como escolha pela finitude em si, mas como uma tentativa desesperada de silenciar uma dor emocional insuportável. Em 2024, o Brasil registrou 16.218 suicídios, média de 44 por dia, segundo o Ministério da Saúde. Apesar de uma leve queda em relação a 2023, o número segue alarmante. O cenário é ainda mais crítico entre jovens: entre 2011 e 2022, a taxa de suicídio cresceu 6% ao ano, enquanto os casos de autolesão aumentaram 29% ao ano, de acordo com a Fiocruz. Cada número é uma vida perdida, uma família em luto, um futuro interrompido. O que leva alguém a desistir? Geralmente não é a vontade de morrer, mas o desejo de acabar com o sofrimento: medo do fracasso, solidão, sensação de não pertencer, vazio de sentido. Quando a dor parece maior que a esperança, a morte se apresenta como saída.