“... Con un horizonte abierto Que siempre está más allá ...” (Mercedes Sosa) Os automóveis são, para muitos, símbolo de independência e individualidade. No entanto, o exercício do transporte individual nas cidades esbarra nos limites físicos do sistema viário e na escassez de soluções, normalmente muito onerosas. As cidades são incapazes de absorver o volume crescente de veículos. A miragem da fluidez no trânsito exerce um poder hipnótico. De um lado, motoristas frustrados nos congestionamentos alimentam o desejo por soluções imediatas; de outro, gestores públicos tentam atender a essa demanda. Tal miragem, porém, assemelha-se ao horizonte descrito em uma canção de Mercedes Sosa: “Siempre está más allá”. Um ideal fora de alcance, mas que continua a legitimar e retroalimentar políticas equivocadas.