Se o encontro nada casual entre Trump e Lula na abertura da Assembleia Geral da ONU selou o cessar fogo entre EUA e Brasil, ou melhor, dos EUA contra o Brasil, a conversa de meia hora entre os dois presidentes, nesta segunda feira, foi mais do que uma ótima surpresa para o governo brasileiro e a indústria nacional: abriu uma avenida de negociações e acertos bilaterais. Lula considerou a conversa “excepcional”, mas quem consolidou essa sensação no governo, no Brasil, nos EUA, quiça mundo afora, foi o próprio Trump, antes tão belicoso, agora simpático com Lula e acenando com uma aproximação para valer: “Nossos países vão se dar muito bem juntos”, divulgou pela internet, após a conversa, que classificou como “ótima”. Experts em distribuir charme e criar intimidade, Trump e Lula conversaram mais e melhor do que o previsto, com troca de seus telefones privados, brincadeira sobre a idade de ambos e anúncio de um encontro olho no olho, que Lula sugere ser na Malásia, no fim do mês, à parte da reunião da Asean (bloco do Sudeste Asiático), e Trump não descarta ser nos EUA, no Brasil ou nos dois.