O que temos feito na habitação social em Goiás sob a diretriz do governador Ronaldo Caiado e com participação da primeira-dama Gracinha Caiado é uma verdadeira revolução em termos de famílias atendidas, qualidade do serviço entregue, inovação e tecnologia e dedicação diuturna de um time comprometido a entregar o melhor à população mais vulnerável.

O empenho em garantir aos goianos o maior sonho de um cidadão – a moradia própria – é a força que move o meu time da Agência Goiana de Habitação (Agehab). Todo o esforço aplicado pela Agência tem como norte a missão de mudar histórias de vida. Em especial da população mais vulnerável, com toda dignidade que cabe ao poder público oferecer.

Não é à toa que temos recebido a visita de técnicos de outros estados brasileiros, a exemplo de Alagoas, Distrito Federal, Minas Gerais e Rio de Janeiro, que buscam na Agehab conhecimento prático para maior eficiência de suas políticas públicas de habitacional social.

Como se sabe, o governo de Goiás é o único no Brasil que proporciona acesso à moradia segura e estável para famílias em situação de vulnerabilidade social, sem nenhum custo. Já são quase 7 mil unidades habitacionais contratadas e 2 mil entregues por meio do programa Pra Ter Onde Morar – Construção, que resulta nas já famosas casas a custo zero. Somente no mês de maio, sorteamos quase mil moradias e alcançamos 144 cidades goianas. Projetamos chegar a 10 mil lares até o final de 2026.

As casas construídas pela Agehab seguem um padrão de qualidade, com sala de estar e de jantar, cozinha, circulação, dois quartos, um banheiro, área de serviço coberta, quintal e gramado. Em toda entrega, uma moradia é totalmente mobiliada com móveis de qualidade, frutos de minha doação.

E para acompanhar a construção de nossas casas a custo zero, implantamos um mecanismo inédito em Goiás: a sala de videomonitoramento, na Agehab, e a instalação de câmeras em todos os nossos canteiros de obras, o que nos permite monitorar em tempo real as obras e cobrar tanto celeridade, quanto qualidade, além de inibir furtos ou vandalismo nos canteiros.

Paralelamente, diante das crescentes demandas de atendimento à população atrelado ao avanço da tecnologia, lançamos o chatbot da Agência, com respostas instantâneas aos beneficiários, otimizando o tempo de resposta em comparação aos métodos tradicionais de atendimento. Um serviço que otimiza o trabalho interno e fortalece a relação da Agehab com a população.

Que sigamos em progresso, por meio de uma gestão efetiva, que tem planejamento, aplicação e mensuração de resultados e cujo objetivo é chegar à população que mais precisa quando o assunto é habitação de qualidade.

Alexandre Baldy, presidente da Agência Goiana&nbsp;de Habitação e vice-presidente&nbsp;da BYD

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Um novo tempo na habitação social

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Cocho é o objeto comedouro dos suínos, normalmente colocado dentro de chiqueiros para alimentar os porcos. E nada melhor para comparar os criminosos que vendem sentença no Poder Judiciário aproveitando-se de seus cargos. Muitos definem que é crime de lesa-Pátria.

A Polícia Federal – instituição de Estado encarregada de desvendar crimes e irregularidades – revela a existência de seis Tribunais estaduais de três regiões do país, de 16 desembargadores e 7 juízes afastados sob a acusação da prática de esquemas delituosos de venda de sentenças. Também, até então, chegou ao conhecimento público o envolvimento de quatro servidores do Superior Tribunal de Justiça (STJ), dois dos quais já afastados.

Muitos deles, mesmo com o afastamento continuam recebendo seus salários na totalidade. Um descaso, a meu ver. Além dos magistrados e servidores do Judiciário, também são investigados filhos e outros parentes que operam serviço de advocacia e fazem o esquema fraudulento.

E o mais cruel na situação é que os suspeitos são servidores investidos de fé pública. Pessoas de reputação acima de qualquer suspeita e, justamente por essa razão, encarregados de zelar e administrar as contendas submetidas ao crivo do Judiciário. Esses envolvidos devem ter o direito a mais ampla defesa nos procedimentos certamente instalados para apuração dos fatos, cumprindo o que estabelece a Constituição Federal.

A pergunta que se faz é: todos os membros do Poder Judiciário estão chafurdados nessa baixaria ? É evidente que não. Em um universo de milhares de pessoas que laboram na instituição, pode se ter a convicção absoluta que a maioria é composta de pessoas íntegras e honestas e que não se rende à indignidade.

Podemos fazer uma pequena comparação, no sentido de que milhões de voos são operados diariamente por aeronaves no mundo todo e, de vez em quando, acontece algum acidente na aviação. Ora, quando um avião cai ou se envolve num desastre, não significa que todos os outros não prestam.

Não se pode responsabilizar a queda de uma aeronave como um problema generalizado em todas elas mundo afora. É a mesma coisa nas mazelas existentes na Justiça. Não é o ato asqueroso de um membro isolado que toda uma classe merece ser prejudicada.

Muitas vezes a sociedade de maneira maldosa inclui todo o mundo como rolista ou trapaceiro de maneira injusta e perversa. No Poder Judiciário trabalham muitas pessoas do bem e sem maldade no coração. São trabalhadores comprometidos com o serviço público. Agora, toda regra tem suas exceções.

Dessa forma, nem todos estão no cocho, comendo lavagem e restos como os porcos (diga-se de passagem que estes servem de alimentos deliciosos a nós), seres humanos. Venda de sentenças: todos no cocho ? Felizmente, não.

Jesseir Coelho de Alcântara, juiz de direito

Venda de sentenças: todos no cocho?

Jesseir Coelho de Alcântara

O conflito no Oriente Médio é tão agudo que a satanização ficou corriqueira. Quem apoia os palestinos é xingado de antissemita ou simpático ao terrorismo. E quem defende a guerra de Israel em Gaza é tachado de genocida. É-se a favor de um dos lados –e estamos conversados. Contudo, saber é superior a não saber. Estudar não é sinônimo de concordar. Ser simpático a alguém não significa querer destruir outrem.

“Hamas: The Quest for Power” (Polity, 331 págs.) Livro de escapa ao maniqueísmo ao traçar o retrato do Movimento de Resistência Islâmica, o Hamas.

Seus autores são a professora Beverley Milton-Edwards, especialista em movimentos armados no Oriente Médio, e o jornalista Stephen Farrell, correspondente do New York Times em Israel.

O Hamas foi criado, em 1987, na casa de um sacerdote muçulmano de 50 anos, Ahmed Yassin, cadeirante desde os 12. Ele juntou uns poucos profissionais numa organização que se propunha a conduzir os palestinos pelo bom caminho: o Corão. “A busca do poder” sustenta que, se a organização pudesse ser resumida a uma palavra, ela seria “islâmico”.

Seu documento de fundação é antissemita. Baseado numa fraude escrachada, “Os Protocolos dos Sábios do Sião”, responsabiliza os judeus pelas revoluções Francesa e Russa, pelo Rotary e pelo Lyons Clube. Prega a destruição de Israel por roubar as terras dos palestinos e usurpar locais sagrados do islamismo, Jerusalém à frente. E se define como “a voz do vulcão”.

O combate aos “infiéis” e à modernização levou-o a uma luta obstinada contra as organizações seculares reunidas na Organização pela Libertação da Palestina, OLP. Na prática, exigia-se que os homens do Hamas fossem puritanos, machistas, abstêmios e inflexíveis com os corruptos –por vezes punidos com a morte.

Seus ataques à ocupação militar se agudizaram conforme a sociedade palestina se radicalizava, sobretudo os jovens e desempregados. Na primeira Intifada (1987-93), o Hamas aderiu ao levante e, sem armas, apedrejava tanques. Na segunda (2000-2005), tornaram-se terroristas e suicidas: homens-bomba.

Segundo “The Quest for Power”, o Hamas é pragmático. Em 2006, depois de décadas de recusa intransigente a qualquer contato com Israel, decidiu participar das eleições nos territórios ocupados –não só elogiadas como cacifadas pelos Estados Unidos e pela Europa, além de Israel.

Deu-se o impensável: o Hamas venceu a eleição. Os palestinos haviam se cansado da brutalidade israelense, da corrupção da OLP e do cinismo dos países árabes, que fingiam apoiá-los. O Hamas teve de aprender que uma coisa é ser um movimento radical; outra, governar Gaza. E governar com a hostilidade de Tel Aviv, Washington e Bruxelas.

O Hamas tentou se adaptar à nova situação. De um lado, lançava foguetes contra Israel e sequestrava seus soldados. De outro, reescrevia seu documento de fundação: abandonou o antissemitismo e reconheceu as fronteiras árabe-israelenses de 1967, até então um anátema.

A organização não conseguiu nada de concreto e preparou-se para a guerra. Cavou em Gaza uma quilométrica rede de túneis e estocou armas. Queria abalar a imagem de que Israel é David; e os países árabes que o cercam, Golias. Para o Hamas, Israel é uma potência nuclear, financiada e armada por Washington, e os palestinos, um povo pequeno, pobre e solitário –que no entanto venceria seu poderoso inimigo.

O plano foi posto em prática no 7 de Outubro. As imagens de palestinos invadindo Israel de paraglider foram festejadas na Cisjordânia e em Gaza. O Hamas matou 695 civis israelenses, 71 estrangeiros e 373 militares. Obteve o que queria: traumatizar o inimigo. Venceu Golias.

Milton-Edwards e Farrell fazem uma descrição meticulosa do ataque. Deixam claro que o Hamas massacrou um festival de música, fuzilou, humilhou, sequestrou, cometeu crimes de guerra. E dizem não terem visto provas de que crianças tenham sido decapitadas e não falam de estupros.

O Hamas também perdeu, e muito: 50 mil palestinos foram mortos por Israel, a maioria esmagadora de civis, crianças e mulheres; dois milhões foram expulsos de suas casas; Gaza é um monte de escombros; faltam casas, escolas, hospitais; a crise sanitária é permanente. Com a ruptura da trégua, Israel matou cerca de 700 palestinos nos últimos três dias.

Milton-Edwards e Farrell não fazem previsões. No máximo, escrevem: “Não se deve subestimar o Hamas”. E um dirigente da organização lhes disse uma frase significativa: “Não temos pressa”.

Mario Sergio Conti, jornalista, é autor de “Notícias do Planalto”

De pedradas a homens-bomba

Mario Sergio Conti

Empreender no Brasil exige mais do que coragem e determinação. É preciso estratégia, conhecimento e adaptação a um mercado que se transforma rapidamente. Seja no campo ou na cidade, nas pequenas lojas ou nas indústrias, o sucesso de um negócio não depende apenas de boas ideias, mas de planejamento e gestão eficiente.

Quem entende isso cresce com segurança, aproveita as oportunidades e se mantém competitivo diante dos desafios do cenário econômico. A capacitação profissional é um dos pilares para o desenvolvimento sustentável das empresas.

Não basta apenas ter um bom produto ou serviço; é fundamental estar preparado para gerenciá-lo de forma eficiente, e o conhecimento faz toda a diferença. O Sebrae tem sido esse parceiro estratégico para os empreendedores brasileiros.

Levamos consultores para dentro das empresas, analisando os desafios e apresentando soluções personalizadas para impulsionar negócios; facilitamos o acesso a subsídios para inovação e modernização de processos e produtos, permitindo que os negócios evoluam e se adaptem às novas demandas do mercado; promovemos cursos diversos; realizamos missões empresariais e muito mais.

Na parte de gestão, a capacidade de tomar decisões é um diferencial competitivo. Consultorias especializadas ajudam empreendedores na definição de estratégias empresariais, na criação de campanhas de marketing e vendas eficazes, no desenvolvimento de equipes mais produtivas e na administração de suas finanças com inteligência. Quem gerencia com clareza e planejamento reduz riscos, melhora a eficiência e se posiciona melhor no mercado.

Outro fator decisivo, que o Sebrae Goiás sempre destaca junto aos pequenos negócios, é o planejamento para acesso a crédito e financiamentos. Muitas empresas possuem projetos promissores, mas esbarram na falta de recursos para conseguirem se expandir.

Um investimento bem planejado pode ser o ponto de virada para um pequeno negócio se consolidar e crescer. Porém, é preciso mais do que dinheiro: é necessário saber como utilizá-lo de forma estratégica, otimizando recursos e direcionando investimentos de forma correta.

E nos últimos anos temos visto um movimento crescente de empreendedores que buscam internacionalização e novas oportunidades no exterior. Expandir para mercados fora do Brasil exige conhecimento, preparo e um olhar atento às demandas globais. Pequenas empresas podem usufruir dessas oportunidades, desde que se estruturem corretamente, e esta é outra frente em que o Sebrae atua dando suporte.

Nesse cenário desafiador, contar com apoio especializado faz toda a diferença. O Sebrae tem sido um aliado, oferecendo soluções práticas, inovação e capacitação para quem quer crescer de forma estruturada. A campanha “Chama o Sebrae” reforça essa missão, conectando empresários a oportunidades concretas de crescimento.

Empreender não é uma jornada solitária, e nenhum grande negócio prospera sem orientação. Quem planta estratégia e gestão colhe resultados. E para quem deseja trilhar esse caminho com inteligência, o apoio certo faz toda a diferença.

José Mário Schreiner, presidente do Conselho Deliberativo Estadual do Sebrae Goiás

Crescer com inteligência

José Mário Schreiner

Já comentei várias vezes aqui neste espaço a situação da estrada de ferro em Goiás, o abandono em que ela se encontra. Estou me referindo a uma ferrovia que começou a ser construída no início do século passado a partir de Araguari, onde a Mogiana já havia chegado em 1896.

Com a construção da ponte sobre o rio Paranaíba em 1911, ela foi entrando pelo estado por Anhanguera, cuja estação foi inaugurada em 1913, passando por Cumari, Goiandira, Ipameri e Urutaí, chegando às margens do rio Corumbá em 1914. Só prosseguiu em 1922 com a construção da ponte, resultado do esforço do secretário nacional da Viação, Dr. Pires do Rio, passando então por Vianópolis e Silvânia, chegando a Leopoldo de Bulhões em 1931 e Anápolis em 1935.

Com a construção de Goiânia decidiu-se prolongar o trajeto de Leopoldo de Bulhões até a capital, onde chegou em 1950. A ferrovia foi importante demais para esses municípios, em época em que o estado das rodovias era precário. Foi a principal ligação entre eles, que passaram a compor um conjunto geográfico que hoje se denomina a Região da Estrada de Ferro.

No entanto a ferrovia está abandonada. O atual contrato de concessão da FCA – Ferrovia Centro Atlântica vence no próximo ano. Já foram apresentadas duas propostas, objeto de discussão em Audiências Públicas. O Crea foi contra ambas as propostas porque não apresentavam investimentos na via permanente em Goiás. Não há melhoria alguma.

A velocidade média aumentaria dos atuais 20,05 km/h para 20,48 km/h até 2056. Estamos andando para trás. A China constrói três mil Km de ferrovias por ano, com velocidade próxima a 300 km/h.

A ferrovia está lá, mas os granéis agrícolas exportados pela região de Luziânia/Cristalina, da ordem de milhões de toneladas, saem de caminhão. Os insumos para fertilizantes importados pela misturadora em Catalão, na mesma ordem de grandeza, também chegam de caminhão.

As peças e os veículos das montadoras em Catalão e Anápolis só andam de caminhão. Para quê renovar esta concessão que não serve para Goiás? Se estas cargas houvessem sido transportadas pela ferrovia mais de cinquenta mil carretas haveriam saído da estrada.

O cálculo da ociosidade da ferrovia é feito a partir da capacidade instalada, que é muito baixa, mas mesmo assim a ociosidade média é grande, superior a 80% no estado. Apenas os poucos trens com contêineres passam entre Leopoldo de Bulhões e Anápolis. Devem ser dois por mês.

Nada é transportado entre Bulhões e Goiânia. De acordo com dados do relatório apresentado pelo TCU – Tribunal de Contas da União sobre a renovação da concessão, não há tráfego na ferrovia a partir de Leopoldo Bulhões e é baixíssimo no restante do estado, não chegando a um par de trens por dia.

Adib Elias é agora o secretário de Infraestrutura. Pode ser que, ex-prefeito de Catalão e conhecedor da região da Estrada de Ferro, ele se disponha a empregar seus esforços e seu empenho para reativar este meio de transporte, inapagável na memória de grande parte dos goianos.

Antonio de Padua Teixeira, engenheiro Civil e assessor institucional do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Goiás (Crea-GO)&nbsp;