Apesar dos muitos problemas geopolíticos, temos hoje uma civilização global. Pela primeira vez na nossa história, os mais de 8,5 bilhões de pessoas que habitam, nas palavras de Carl Sagan, este “pálido ponto azul” enfrentam problemas comuns em escala planetária, mas causados por nós mesmos. Talvez o mais emblemático deles seja a “crise climática” e, no ano em que o Brasil sedia em Belém a COP 30, estamos ouvindo falar cada vez mais desse tema. Avaliar os efeitos da mudança climática sobre a biodiversidade tem sido, há anos, um dos principais objetivos do nosso grupo de pesquisa, desenvolvendo e aplicando metodologias inovadoras para entender como as espécies respondem a essas mudanças. De modo geral, o problema começa com a geografia das espécies. Por exemplo, as espécies mais comuns e encontradas por todo o Cerrado, como o Baruzeiro e o Pequizeiro, tendem a deslocar suas distribuições geográficas para sudeste. Em todo o mundo esse deslocamento geográfico de espécies importantes vem causando problemas.