Dos 14 territórios de Goiás e da vivência da agricultura familiar, ligada ao Ministério do Desenvolvimento Agrário, surge a esperança de uma refundação territorial do Estado brasileiro. Ela não nasce de decretos, mas da recuperação do Oikos — a casa que sustenta a vida, onde o humano e o natural se reencontram na partilha da terra e da água. O século 21 chegou ao limite de suas promessas. A COP-30, em Belém do Pará, marcará o instante em que a humanidade terá de admitir: o futuro não se decide nas cúpulas, mas nos territórios. Enquanto o planeta negocia metas, o Cerrado já ensaia a regeneração — não como discurso, mas como existência concreta e coletiva. No coração do país, o Projeto Rede Arca de Agroecologia e Segurança Alimentar do Cerrado tornou-se uma das experiências mais sólidas de construção territorial de políticas públicas. Pelo Termo de Fomento nº 969638/2024 – MDA/Arca, no edital Da Terra à Mesa, o projeto reúne 14 territórios, 37 municípios e 24 organizações da agricultura familiar, cobrindo 75% do território goiano. Sob coordenação da Territórios Globais (TG), oficinas e diagnósticos viraram processo coletivo: as 17 Agendas Ambientais Territoriais, expressão de um pacto entre sociedade e natureza.