Ainda no início deste mês, o mundo ficou em choque com a divulgação de um vídeo que mostrou a presidenta do México, Claudia Sheinbaum Pardo, sendo literalmente apalpada por um transeunte enquanto participava de um evento público, nas proximidades do palácio presidencial, na capital do país. As imagens revelaram que, mesmo diante de dezenas de pessoas, inclusive dos seguranças presidenciais, o homem, identificado como Uriel Rivera, apalpou os seios e tentou beijar a vítima. O lamentável crime perpetrado deveria nos obrigar a fazer a seguinte reflexão: se a chefe de estado de um país, nessas circunstâncias, foi importunada sexualmente, o que deve acontecer diariamente mundo afora contra mulheres “comuns”? Segundo os dados da 19ª edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, publicada no final de julho deste ano, a cada seis minutos uma pessoa é estuprada no Brasil. Dessas vítimas, 76,8% foram consideradas vulneráveis, que, na maioria das vezes, correspondem a mulheres menores de 14 anos.