As recentes discussões sobre segurança pública inundam o noticiário e ocupam a atenção de boa parte da população. O tema desperta indignação, raiva e desesperança nas mentes e corações de nossos compatriotas.

Muito se debate a categorização do crime organizado como terrorismo, o aumento de penas e mesmo a legitimidade de operações como vimos nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro. Por outro lado, pouco de discute o mais importante: o capital humano capaz de frear o crime organizado e oferecer maior segurança à população.

Nesse sentido, as polícias civis de todo o Brasil têm papel fundamental, afinal, são elas que investigam, desatam teias sofisticadas de esquemas criminosos e conseguem chegar a líderes de facções e quadrilhas responsáveis por todo tipo de ilicitude, desde o tráfico de drogas à lavagem de dinheiro. A Lei nº 14.735/2023, conhecida como Lei Orgânica Nacional das Polícias Civis (LONPC), amplia as atribuições de seus integrantes, unifica os cargos de agente e escrivão no poderoso cargo de Oficial Investigador de Polícia.

Entretanto, em razão do pacto federativo, a LONPC não foi capaz de assegurar a contrapartida financeira para esse acúmulo de funções, exigindo que os governos estaduais reconheçam essa modernização na Polícia Civil. Esse reconhecimento garante a valorização desses profissionais, com reflexos diretos na entrega de resultados ainda melhores e mais rápidos, desburocratizando a investigação criminal e tornando a justiça mais eficiente.

Outro desafio advém da Reforma Previdenciária, que tratou de forma desigual as forças de segurança, e os estados ratificaram essa discrepância. O reflexo disso veio à tona na última operação nos complexos do Alemão e da Penha no Rio de Janeiro, na qual quatro policiais morreram em confronto, dois militares e dois civis. Ao passo que os militares dispõem de todas as garantias de suporte financeiro e institucional às suas famílias em caso de baixa, essa mesma blindagem não ocorre com as carreiras policiais de natureza civil.

Em Goiás, a luta por reconhecimento é ainda maior. Enquanto nossa Polícia Civil registra os melhores índices de resolubilidade de crimes do Brasil, a categoria não chega a ter um plano de carreira. Seus integrantes atuam sem perspectiva de futuro e muitos optam por deixar a corporação.

O fato é: não existe política de segurança pública que não passe, necessariamente, pelo fortalecimento das polícias civis no Brasil. Sem investigação séria, nunca se chegará nos líderes das organizações criminosas que tanto atormentam o cidadão e prejudicam o país.

O 27º Congresso da Confederação Brasileira de Trabalhadores Policiais Civis discutiu este e outros temas de relevância nacional, neste mês, em Goiânia. Um rico debate em prol de termos uma polícia mais forte, eficiente e valorizada.

Renato Rick, presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Goiás (Sinpol-GO)

Os artigos publicados não refletem a opinião de O POPULAR. Sua publicação obedece ao propósito de estimular e fomentar a diversidade e o debate de temas locais, nacionais ou mundiais.

As bases da segurança pública

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Matéria - Opinião

Renato Rick

Uma das frases mais conhecidas sobre o funcionamento da política, atribuída ao mineiro Magalhães Pinto, a compara a uma nuvem. “Você olha e ela está de um jeito. Você olha de novo e ela já mudou”. O fenômeno se revelou nesta semana, desta feita provocado por instabilidades na temperatura do debate nacional em consequência da operação da Polícia Civil do Rio de Janeiro em dois complexos de favelas ocupadas pelo Comando Vermelho (CV).

Em 11 de outubro mostrei nesta coluna o ambiente desafiador para os pré-candidatos da direita, em especial para o governador Ronaldo Caiado (UB). E por uma série de razões, entre elas a recuperação da popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) graças às sanções dos Estados Unidos contra o Brasil articuladas pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL/SP); pela falta de apoio popular à anistia dos golpistas; pela fragmentação da direita, que ficou sem discurso e líderes para sua reorganização após a prisão domiciliar e a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro.&nbsp;

Caiado ainda entrou em rota de colisão com o senador Ciro Nogueira, presidente do PP, quando este defendeu a candidatura a presidente do governador Tarcísio de Freitas (SP) ou de Ratinho Júnior (PR), o que inviabilizaria o projeto eleitoral do goiano pelo União Brasil e o forçaria a procurar alternativa partidária. A massa de ar quente que subiu dos morros cariocas movimentou essas nuvens.

Segurança pública será o principal tema da campanha de 2026. Pesquisa Quaest, divulgada em 8 de outubro, revelou que a violência preocupa 30% dos brasileiros, à frente de problemas sociais (18%), economia (16%), corrupção (14%) e saúde (11%). Acrescente-se a isso, a posição ideológica da direita de fazer o enfrentamento de criminosos com táticas de guerra – “mirar na cabecinha e... fogo!...”, frase do ex-governador do Rio Wilson Witzel, ele próprio abatido do governo por denúncias de corrupção, é o sonho de verão da maioria dos líderes políticos autoritários.

Eis que aconteceu a operação nos complexos cariocas, percebida por Caiado e pelo governador de Santa Catarina, o “marqueteiro” Jorginho Melo, como ocasião de ouro para esse campo recuperar a proeminência perdida. Uma explicação necessária, antes de continuar o raciocínio: foi o governador Cláudio Castro (RJ) quem apresentou Jorginho Melo como “marqueteiro” dos governadores. A operação de Castro, que seus colegas parabenizaram em visita de solidariedade ao Palácio da Guanabara, na quinta-feira (30), e que consideraram um sucesso – ainda que se desconheça o resultado efetivo no desmantelamento do CV – pode estar para a recuperação de espaços da direita como a campanha de Eduardo Bolsonaro contra o Brasil esteve para Lula.&nbsp;

Ainda é cedo para se ter essa certeza, mas ao menos por enquanto o marketing de Jorginho Melo deu resultado, em especial para Caiado, que se tornou nos últimos dias a voz mais ouvida em veículos da mídia nacional, desde programas populares, como Pânico, a canais exclusivos de informação, como GloboNews. O mês de outubro terminou melhor para Caiado do que começou.&nbsp;

De candidato preterido pelo Centrão, com risco de ficar sem legenda, ele agora recupera visibilidade nacional e a esperança de que a federação PP/UB vai fracassar. Outro fator importante para Caiado é a percepção no meio político de que Tarcísio de Freitas ficará mesmo fora da eleição presidencial, favorecendo o lançamento de mais de um nome da direita, estratégia defendida pelo goiano.&nbsp;

Ah, e a discussão e elaboração de políticas públicas eficientes para enfrentar a violência urbana tão reclamadas pela população brasileira? Ficará em segundo plano à direita e à esquerda, muito ocupadas com estratégias midiáticas de curto prazo para a sobrevivência eleitoral. A polarização ideológica interditou o necessário debate, porque políticas públicas de Estado de médio e longo prazos não vencem eleições. Ações populistas, sim, pois enganam o eleitor com sua falsa eficácia. Infelizmente, esta é a marca em comum entre todos os partidos brasileiros.

Segurança como disputa eleitoral

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Cileide Alves

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, respondeu nesta sexta-feira (31) às críticas do governador Ronaldo Caiado (UB) sobre suposta “conivência” do governo federal com a ação de facções criminosas por conta da falta de compartilhamento de informações do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). O auxiliar do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) admitiu dificuldade no acesso, mas defendeu a cooperação como alternativa para a integrar investigações.

“As informações do Coaf são do Coaf. Até eu tenho dificuldade de acessá-las porque tem protocolo. Para isso existe a cooperação, porque quando você tem os convênios tem essa troca de informações”, disse o ministro.

Na sequência, Haddad defendeu o cumprimento dos trâmites legais. “Imagina se ministro de Estado começar a ter acesso à declaração de renda das pessoas. Não pode fazer isso. O ministro do Estado é um agente político, não pode ter acesso a informação sigilosa. Para isso existe serviço público, carreira de Estado independente de quem esteja governando”, disse.

O ministro afirmou em entrevista coletiva que o serviço público deve proteger quem segue a legislação e, quando há constatação de ilícito ou indício, o procedimento prevê comunicação à autoridade competente para investigar e, eventualmente, apresentar denúncia. “É assim que funciona o Estado. O Coaf tem o seu protocolo de segurança para que as pessoas não sejam expostas, a não ser que estejam cometendo ilícitos”, disse.

“O Estado de Goiás tem muita informação. E quanto mais cooperarmos, mais fácil vai ser a atividade de combate ao crime organizado, à corrupção”, disse, ao responder ao governador goiano que a União tem, sim, atuado nas fronteiras.

Caiado retomou a cobrança por acesso a informações do Coaf nesta semana, em meio à politização da megaoperação realizada pelo governo do Rio de Janeiro contra traficantes. Caiado disse que o acesso a dados do conselho permitiria “chegar muito mais rápido” aos esquemas de fraudes e lavagem de dinheiro do narcotráfico.

A divergência com o governo federal sobre o tema foi iniciada por Caiado ainda em dezembro de 2024, quando o goiano apresentou texto para substituir a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública, elaborada pelo governo federal. A matéria alternativa tinha entre os pontos a permissão de acesso aos Estados.

A cobrança voltou a ser feita pelo governador em abril deste ano em meio a embate entre Caiado e o governo do presidente Lula (PT) por conta da investigação de infiltrados da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) na cadeia de combustíveis em Goiás. O chefe do Executivo goiano contestou dados de relatório do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) e acusou “fake news” com interesse em prejudicar sua pré-campanha à Presidência da República.

A investigação em Goiás integrou a Operação Carbono Oculto, da Polícia Federal, Receita Federal, Ministério Público Federal e Ministério Público de São Paulo. Foram cumpridos dez mandados de busca e apreensão em distribuidoras com atividade no município de Senador Canedo, na Região Metropolitana de Goiânia, e uma usina de Goiás e uma rede de postos de combustíveis aparecem na lista de empresas investigadas por suposta ligação com o PCC.

Oposição

Caiado voltou a criticar nesta sexta-feira a postura do governo federal no combate ao narcotráfico e apontou que o “Consórcio da Paz”, anunciado no dia anterior no Rio de Janeiro, tem origem na omissão da gestão petista. A declaração foi dada em entrevista ao portal Metrópoles, no contexto de críticas à PEC da Segurança. “O que nós sempre pedimos é que haja essa integração das forças, tanto que criamos, por um sentimento de orfandade do governo federal, esse consórcio da paz para trazer um nível maior de dados para abordar ou diminuir essa tentativas do crime organizado”, disse.

O governador disse que o projeto antifacção enviado pelo governo ao Congresso é “água com açúcar para bandido faccionado e não impacta em nada”. Segundo ele, a medida adequada seria “considerar as facções como movimentos terroristas”.

Haddad rebate fala de Caiado e defende 'cooperação' com informações do Coaf

Política

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Crise na segurança

Webstories: Governadores se reúnem no Rio e anunciam 'consórcio da paz'

Webstories: Governadores se reúnem no Rio e anunciam ‘consórcio da paz’

Vídeo Caiado parabeniza operação no Rio

Governadores de seis estados anunciaram nesta quinta-feira (30) a construção de um consórcio entre os entes federados para <a href="https://opopular.com.br/politica/caiado-e-comitiva-de-governadores-devem-ir-ao-rj-oferecer-apoio-a-claudio-castro-apos-megaoperac-o-1.3330138" target="_self">definir e executar medidas de combate coletivo contra a violência</a> e a criminalidade. O encontro ocorreu no Palácio Guanabara, sede do governo do Rio de Janeiro, dois dias depois da operação policial mais letal da história do estado, que deixou 121 mortos nos complexos da Penha e do Alemão

Em entrevista coletiva logo após a reunião, o governador do Rio, Cláudio Castro (PL), apontou a criação do “Consórcio da Paz”, com o objetivo de <a href="https://opopular.com.br/politica/direita-utiliza-operac-o-contra-traficantes-no-rio-para-ataques-1.3330256" target="_self">integrar forças de segurança e equipes de inteligência</a>, mas sem a definição de medidas concretas. “Faremos um consórcio no modelo de outros que já existem para que nós possamos dividir experiências e soluções do combate ao crime organizado e da libertação do nosso povo. Vamos discutir estratégias e eu propus que a sede desse consórcio seja no Rio de Janeiro”, disse Castro.

Além do carioca e de Ronaldo Caiado (UB), participaram do encontro Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais; Jorginho Mello (PL), de Santa Catarina; Eduardo Riedel, do Mato Grosso do Sul; e Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo, de maneira virtual, além de Celina Leão, vice-governadora do Distrito Federal.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/politica/governo-lula-esta-tentando-criar-narrativa-contra-a-operac-o-afirma-caiado-1.3330258" target="_self">"Governo Lula está tentando criar narrativa contra a operação", afirma Caiado</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/direita-utiliza-operac-o-contra-traficantes-no-rio-para-ataques-1.3330256" target="_self">Direita utiliza operação contra traficantes no Rio para ataques</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/caiado-e-comitiva-de-governadores-devem-ir-ao-rj-oferecer-apoio-a-claudio-castro-apos-megaoperac-o-1.3330138" target="_self">Caiado e comitiva de governadores devem ir ao RJ oferecer apoio a Cláudio Castro após megaoperação</a></div>

“Temos uma grande oportunidade de mudarmos a segurança pública do nosso país, com integração e diálogo, mas sobretudo com coragem e efetividade”, completou o governador. Castro disse ainda que uma nova reunião será feita para convidar outros estados a participar do consórcio.

Já Caiado apontou que a principal tese do novo consórcio é integrar as forças de segurança dos estados, com participação dos setores operacionais e de inteligência. “Para que possam ser utilizadas por qualquer um dos governadores em um momento emergencial, sem ter que perguntar se precisa e tudo isso. O deslocamento vai ser de imediato e isso dá uma agilidade”, afirmou.

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<div attr-cid="policy:1.3330837" attr-version="policy:1.3330837:1761918912" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3330837" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3330837', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3330837">Webstories: Governadores se reúnem no Rio e anunciam ‘consórcio da paz’ (1.3330837)</a></div>

Ainda na quarta-feira (29), Castro e o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, anunciaram a criação do Escritório Emergencial de Combate ao Crime Organizado. O núcleo será coordenado pelo secretário de segurança do Rio, Victor Santos, com apoio do governo federal. Entre as medidas, estão o envio de 50 agentes da Polícia Rodoviária Federal e o reforço na área de inteligência.&nbsp;

Lewandowski também mencionou a disponibilização de vagas em presídios federais e de peritos para auxiliar nas investigações. Durante o anúncio, Castro voltou a usar o termo “narcoterrorismo” para se referir ao Comando Vermelho (CV) e afirmou que, por ora, não vê necessidade de solicitar a Garantia da Lei e da Ordem (GLO) ao governo federal.

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Caiado apontou que o consórcio entre estados tem foco no reforço à estrutura dos estados para o conflito armado contra as facções criminosas, em meio aos elogios à megaoperação realizada pelo governo do Rio. “O que vocês fizeram aqui foi uma marca que vai estimular outros governos que não priorizam ainda a segurança pública. A proposta aqui é do Consórcio da Paz e o que nós aprendemos é que, se queres a paz, prepara-te para a guerra. Esse é o objetivo desse consórcio”, definiu.

<h2>Politização</h2>

O governador goiano voltou a direcionar críticas ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e repetiu que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança tem o único objetivo de “retirar o comando dos governadores”. “Isso (o texto) é fake e não tem resultado prático algum. Eles não comandam as fronteiras e não são responsáveis pelas armas”, disse.

“Nós não temos dificuldade de integração. Nós temos dificuldade é pela ausência total do governo”, reclamou o governador. Caiado voltou a citar que, desde 2019, o governo estadual investiu R$ 17 bilhões em segurança pública, enquanto os fundos nacionais penitenciário e de segurança teriam repassado apenas R$ 980 milhões. “Eles são complacentes e coniventes com o crime. Tanto é verdade, que tratam da situação do Rio de Janeiro e cobram mais inteligência, em uma maneira de atacar a operação”.

O goiano repetiu na coletiva, após a reunião no Rio de Janeiro, a defesa por unidade dos governadores de direita para a apresentação de proposta alternativa na eleição presidencial de 2026. Questionado pelo UOL, Caiado confirmou a intenção de utilizar a pauta da segurança pública para reapresentar um projeto conjunto da centro-direita&nbsp;

“Primeiro, é colocar para que a população entenda bem a nossa posição. Vocês têm aqui governadores que têm a coragem de enfrentar o crime e vocês têm no Lula <a href="https://opopular.com.br/politica/governo-lula-esta-tentando-criar-narrativa-contra-a-operac-o-afirma-caiado-1.3330258" target="_self">um governo que quer preservar e convive com o crime</a>. Esse é o divisor de águas. Uma divisão moral para devolver o Rio de Janeiro aos cariocas”, afirmou.

O goiano alegou que a população deve perceber que os governadores de direita “devolveram a ordem”. “No meu estado, é segurança plena. Se vocês optarem por nós, vocês vão ter o Brasil que vocês desejam. Se optarem por ele, vocês vão ver o Maduro comandando o Brasil”, comparou.

O governador, que lançou sua pré-candidatura ao Planalto ainda em abril, acusou o presidente de antecipar a disputa eleitoral. “Quem lançou a campanha foi o Lula, se declarando candidato à reeleição em viagem oficial à Ásia. Se tem alguém que, no exercício da função, se antecipa para se lançar candidato, esse é o senhor Lula. Ele é quem antecipou o processo e isso está visto”, disse.

“Então, essa presença nossa vai ser exatamente para definir: vocês querem ficar com o PT, fiquem com o Comando Vermelho e com o PCC. Vocês querem ficar com a lei e com a ordem, fiquem com os governadores que têm coragem de enfrentar a criminalidade. O brasileiro não quer ser comandado pelo Lula Maduro. Quer ser comandado por um presidente que tenha estatura moral e coragem para enfrentar o crime e voltar a ordem e o desenvolvimento do país”, finalizou Caiado ao UOL.

Governadores se reúnem no Rio e anunciam 'consórcio da paz'

Segurança pública

Ranking de competitividade dos estados

Goiás manteve a mesma posição (8º lugar) do ano passado no Ranking de Competitividade do Estados de 2025, elaborado pelo Centro de Liderança Pública (CLP), com registro de melhora nas colocações nas áreas de segurança e solidez fiscal e piora em potencial de mercado, sustentabilidade ambiental e educação.

O ranking avalia dez indicadores em raio-x da gestão pública. A melhor posição de Goiás é no item eficiência da máquina, em que fica em 4º lugar no País. A pior é em inovação, em que aparece na 24ª colocação, entre os quatro piores do Brasil.

Em nota, o governo estadual afirmou que há “outros indicadores mais efetivos e relevantes” que apontam “resultados expressivos” da gestão. Na sexta-feira (29), o governo havia divulgado release comemorando o item de solidez fiscal do ranking do CLP.

A pontuação geral de Goiás é 58,9. São Paulo, primeira colocada no ranking, tem 81 pontos, seguida por Santa Catarina, com 79,6. Na Região Centro-Oeste, Goiás está atrás apenas do Distrito Federal, que é 4º colocado. Mato Grosso do Sul e Mato Grosso ocupam, respectivamente, 9º e 10º lugares no ranking geral.

O maior avanço de Goiás na comparação com o ano passado foi na segurança pública, em que melhorou seis posições. No entanto, não aparece entre os 10 primeiros colocados, o que contrapõe o discurso recorrente do governo de que a segurança do Estado é a melhor do Brasil.

<div class="p-readmore-box"> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/goiania-entra-em-top-100-de-ranking-mas-saude-tem-piora-1.3306700" target="_self">Goiânia entra em top 100 de ranking mas Saúde tem piora</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/caiado-diz-que-vai-dar-a-vida-para-vitoria-de-daniel-e-cobra-a-base-1.3304902" target="_self">Caiado diz que vai "dar a vida" para vitória de Daniel e cobra a base</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/cativar-base-bolsonarista-sem-perder-a-autenticidade-e-desafio-para-caiado-1.3304040" target="_self">Cativar base bolsonarista, sem perder a autenticidade, é desafio para Caiado</a> 
&nbsp;</div>

Em novembro do ano passado, o POPULAR mostrou que, no ranking de 2024, Goiás havia caído duas posições e aparecia em 17º colocado em segurança do País. De 2022 para 2023 houve queda de seis posições (de 9ª para 15ª).

O setor tem o maior peso para a composição das notas no relatório anual do CLP. A entidade afirma que trata-se do “serviço público que melhor expressa o funcionamento das instituições do Estado, visto que a construção da ordem e a proteção aos direitos individuais ao longo de toda história se mostraram essenciais para a construção de um ordenamento virtuoso para o desenvolvimento”.

Ainda na comparação com 2024, Goiás caiu três posições no item potencial de mercado. Neste pilar, o levantamento considera o tamanho do Produto Interno Bruto (PIB), a dinâmica de crescimento nos últimos 4 anos e o crescimento potencial da força de trabalho nos dez próximos anos. Ainda entram na conta indicadores relacionados ao mercado de crédito. 
 
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“Naturalmente, o tamanho da economia do Estado é uma das variáveis levadas em consideração na decisão de localização de investimentos das empresas, favorecendo a competitividade das maiores unidades da federação”, justifica a entidade.

Na educação, a queda foi de duas posições e o Estado aparece em 10º lugar no País. O relatório leva em conta resultados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), de programas estaduais de avaliação da educação básica, taxa de frequência e atendimento no ensino infantil.

Na nota de resposta da Secretaria Estadual de Comunicação (Secom), o governo diz que o ranking do CLP considera responsabilidades compartilhadas entre União, municípios e os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, e não deve ser interpretado como avaliação exclusiva da gestão estadual.

O governo goiano afirma que “Goiás tem a melhor educação do Brasil, ao ter alcançado o 1º lugar no Ideb 2024, e o 2º lugar no ranking nacional de alfabetização infantil, conforme dados divulgados pelo Ministério da Educação (MEC)”. Ressaltou que o ranking também avalia as redes de educação dos municípios e privada.

Outro lado

Quanto ao levantamento na segurança, a Secom aponta índices de redução (52,1% desde 2019) de homicídios indicados no Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2025. Já sobre meio ambiente, em que houve queda de duas posições, a gestão alega que o desmatamento em Goiás caiu 72% em 2024 na comparação com 2023, segundo dados do Mapbiomas.

O governo estadual também rebate a posição de lanterna na área de inovação alegando que foi o primeiro do País a aprovar uma legislação específica para inteligência artificial. Diz ainda que houve investimentos de R$ 689,7 milhões em ciência, tecnologia e inovação, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa (Fapeg), de 2019 a 2024.

“Goiás abriga ainda o Centro de Excelência em Inteligência Artificial (Ceia/UFG), o maior da América Latina, com mais de 400 pesquisadores e R$ 300 milhões já captados com apoio do governo de Goiás. Nesse período, também foi criado o Hub Goiás, o primeiro centro público de excelência em empreendedorismo inovador do Centro-Oeste, consolidando o estado como referência nacional no setor”, completa.

Quanto à área de infraestrutura, em que Goiás aparece em 13º lugar, com queda de uma posição, o governo estadual alega que os resultados refletem custos de energia elétrica, voos comerciais e outras ações que são reguladas pela União.

“O ranking ainda não contempla o maior ciclo de investimentos da história promovida pelo governo do Estado: em 2025, são R$ 3 bilhões em rodovias e R$ 5,8 bilhões em saneamento até 2033, garantindo competitividade e qualidade de vida no longo prazo”, diz.

Na área social, em que também houve queda de uma posição (11ª no ranking), a gestão afirma que o Estado registrou em 2023 a menor taxa de pobreza de sua história (1,3% da população), o segundo melhor índice do país, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os dados de 2024 ainda não foram divulgados.

A Secom finaliza a nota afirmando que “para além de todos os dados e índices apresentados, há o mais importante: a aprovação que o povo goiano faz da atual gestão estadual, resultado este sim, incontestável”. A menção é à pesquisa Genial/Quaest, divulgada em 22 de agosto, que mostra o governador Ronaldo Caiado com 88% de aprovação.

<div attr-cid="policy:1.3307149" attr-version="policy:1.3307149:1756777909" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3307149" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3307149', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3307149">Ranking de competitividade dos estados (1.3307149)</a></div>

Goiás continua em 8º do País em competitividade

Gestão pública

O Popular