Fabiana Pulcineli

Dois dias depois das eleições, Rogério Cruz exonera quase 2 mil comissionados

Atualizado às 8h10, com mais detalhes da publicação e resposta da Prefeitura

Dois dias depois das eleições, <a href="https://opopular.com.br/politica/fred-rodrigues-e-sandro-mabel-disputam-segundo-turno-em-goiania-1.3183971" target="_blank">em que ficou em penúltimo lugar</a>, com 3,14% dos votos válidos, o prefeito de Goiânia, Rogério Cruz (SD), exonerou ou dispensou 1.962 comissionados ou ocupantes de função de confiança. Dois decretos, com nomes em ordem alfabética, foram publicado nesta terça-feira (8) no Diário Oficial do Município (DOM), em 82 páginas.

<ul>
	<li><a href="http://www.goiania.go.gov.br/Download/legislacao/diariooficial/2024/do_20241008_000008393.pdf" target="_blank">Veja a lista dos exonerados a partir da página 236</a></li>
</ul>

A informação de bastidores no Paço Municipal é de que a lista inclui as indicações de vereadores em todas as pastas, em funções abaixo do secretariado, com orientação para redefinição dos auxiliares.

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O decreto da exoneração de servidores sem vínculo atinge 1.307 pessoas. Já o outro documento, de dispensa de função comissionada, alcança 655 nomes, totalizando 1.962.

Na mesma edição do DOM, estão mais de 400 concessões de progressões a servidores efetivos.

A assessoria de comunicação do prefeito divulgou nota que diz&nbsp;que os decretos "fazem parte de uma reorganização da máquina pública nos últimos meses da atual gestão". "A medida reflete o compromisso em garantir o cumprimento das metas fiscais e manter a saúde financeira do Município até o final do ano. A administração ressalta que eventuais nomeações poderão ser realizadas, caso sejam identificadas necessidades em áreas estratégicas", completa.

***

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Opinião

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Matéria - Opinião - Fabiana

Decretos

Cacai Toledo

Três juízes da 1ª Vara Criminal de Anápolis determinaram a soltura do ex-auxiliar do governo estadual e ex-presidente do DEM municipal Carlos César Savastano de Toledo, conhecido como Cacai, acusado de ser mandante do assassinato do empresário Fábio Escobar. Cacai havia sido preso em junho, depois de ficar sete meses foragido.

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Atendendo a pedido da defesa, os juízes alegaram que os demais acusados tiveram as prisões preventivas revogadas, que "o perigo para a instrução processual deixou de existir e que monitoramento eletrônico se apresenta adequado para o acompanhamento das atividades dos réus".

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/politica/foragido-por-quase-sete-meses-cacai-toledo-e-preso-no-df-1.3142671" target="_blank">Foragido por quase sete meses, Cacai Toledo é preso no DF</a>&nbsp; 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/justica-solta-um-dos-pm-acusados-de-matar-fabio-escobar-1.3181150" target="_blank">Justiça solta um dos PM acusados de matar Fábio Escobar</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/testemunha-do-caso-fabio-escobar-e-morta-em-abordagem-policial-1.3184525" target="_blank">Testemunha do caso Fábio Escobar é morta em abordagem policial</a></div>

A decisão é assinada pelos juízes Samuel João Martins, Georges Leonardis Gonçalves dos Santos e Nathália Bueno Arantes da Costa. A defesa informou que aguarda a expedição do alvará de soltura.

<div attr-cid="policy:1.3209360" attr-version="policy:1.3209360:1733955444" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3209360" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3209360', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3209360">Cacai Toledo (1.3209360)</a></div>

Justiça manda soltar Cacai Toledo, acusado pelo assassinato de Fábio Escobar

CASO ESCOBAR

Justiça Eleitoral decide pela inelegibilidade de Caiado e cassação de Mabel

webstories

A decisão da&nbsp;<a href="https://opopular.com.br/politica/justica-eleitoral-decide-pela-inelegibilidade-de-caiado-e-cassac-o-de-mabel-1.3209067" target="_blank">Justiça Eleitoral de Goiás que condenou à inelegibilidade </a>o governador Ronaldo Caiado (União Brasil), o prefeito eleito de Goiânia, Sandro Mabel (União Brasil), e sua vice, Coronel Cláudia (Avante)&nbsp;também determinou o pagamento de multas que somam mais de R$ 100 mil. O motivo da condenação foi a realização de jantares com aliados no Palácio das Esmeraldas, residência oficial do chefe do Executivo de Goiás, durante a campanha eleitoral de 2024. A decisão cabe recurso.&nbsp;

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Na decisão, a juíza eleitoral Maria Umbelina Zorzetti, da 1ª Zona Eleitoral de Goiânia, condenou o <a href="https://opopular.com.br/politica/caiado-chegou-a-ensinar-no-palacio-como-vereador-deveria-abordar-o-eleitor-para-pedir-apoio-para-mabel-diz-justica-1.3209187" target="_blank">governador Ronaldo Caiado, por abuso de poder político</a>, ao pagamento de multa no valor de R$ 60 mil; o prefeito eleito Sandro Mabel ao pagamento de multa no valor de R$ 40 mil e a vice Coronel Cláudia ao pagamento de multa no valor de R$ 5.320,50. Ambos, Mabel e Cláudia Lira, foram condenados por serem beneficiários do abuso de poder político.&nbsp;

A decisão judicial não informa o que será feito com o dinheiro arrecadado pelo pagamento das multas impostas à Caiado, Mabel e Coronel Cláudia.

O&nbsp;governador Ronaldo Caiado convocou uma entrevista coletiva para as 15h para falar sobre a sentença. Já a&nbsp;defesa de <a href="https://opopular.com.br/politica/mabel-diz-que-e-desproporcional-decis-o-que-cassou-seu-registro-meus-advogados-v-o-cuidar-disso-1.3209182" target="_blank">Sandro Mabel, em nota, informou que recebeu o documento com surpres</a>a, disse que vai entrar com recurso e reafirmou que "não houve qualquer irregularidade na conduta apontada".&nbsp;

<div attr-cid="policy:1.3209243" attr-version="policy:1.3209243:1733940301" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3209243" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3209243', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3209243">Justiça Eleitoral decide pela inelegibilidade de Caiado e cassação de Mabel (1.3209243)</a></div>

<h2>Decisão do TRE-GO&nbsp;</h2>

O processo foi protocolado pela coligação “Goiânia acima de Tudo”, que teve o ex-deputado Fred Rodrigues (PL) como candidato a prefeito. A principal acusação é de abuso de poder político por parte de Caiado e Mabel, por meio de jantares, nos dias 7 e 9 de outubro (na semana seguinte ao primeiro turno da eleição), que teria o objetivo de buscar apoio para a campanha governista em Goiânia.&nbsp;

Na decisão, a juíza Maria Umbelina Zorzetti&nbsp;destaca que as defesas de Caiado e de Mabel informaram que “não houve pedido explícito de votos para as pessoas que participaram dos eventos”. Porém, a magistrada cita, a partir dessa versão das defesas, que&nbsp;há formas de fazer a ilegalidade de maneira&nbsp;disfarçada&nbsp;e isso é alcançado pela jurisprudência.&nbsp;

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/politica/justica-eleitoral-decide-pela-inelegibilidade-de-caiado-e-cassac-o-de-mabel-1.3209067" target="_blank">Justiça Eleitoral decide pela inelegibilidade de Caiado e cassação de Mabel</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/caiado-chegou-a-ensinar-no-palacio-como-vereador-deveria-abordar-o-eleitor-para-pedir-apoio-para-mabel-diz-justica-1.3209187" target="_blank">Caiado chegou a ensinar no palácio como vereador deveria abordar o eleitor para pedir apoio para Mabel, diz Justiça</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/mabel-diz-que-e-desproporcional-decis-o-que-cassou-seu-registro-meus-advogados-v-o-cuidar-disso-1.3209182" target="_blank">Mabel diz que é 'desproporcional' decisão que cassou seu registro: 'Meus advogados vão cuidar disso'</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/caiado-negou-a-justica-que-fez-campanha-para-mabel-no-palacio-das-esmeraldas-e-disse-que-eventos-foram-institucionais-1.3209197" target="_blank">Caiado negou à Justiça que fez campanha para Mabel no Palácio das Esmeraldas e disse que eventos foram 'institucionais'</a></div>

Inclusive, a magistrada cita na decisão a Resolução do TSE nº 23.732/2024&nbsp;que começou a valer neste ano e fala sobre o “uso de 'palavras mágicas' para disfarçar o pedido direto de votos”. Na decisão a justiça cita as frases disfarçadas por parte de Mabel e de Caiado.&nbsp;

<cite>Olha, agradecer o voto. Não fui eleito, mas você pode saber que eu continuarei na luta política porque eu ao ter o Sandro Mabel lá na prefeitura, eu tenho acesso para resolver os problemas da minha região e ele vai resolver porque tem o apoio do governador Ronaldo Caiado”, fala atribuída ao governador Ronaldo Caiado no documento.&nbsp;</cite>

Sobre Mabel, a juíza destaca a seguinte fala: “(...) a esperança que eu tenho com vocês é que eu quero dizer pra vocês que o sonho não terminou. Hoje eu sou um cara amadurecido, eu tenho 52 anos de gestão e é por isso que junto com vocês nós vamos construir a melhor capital do Brasil para se morar, para se viver, pra passear, pra fazer tudo que tem aqui!”, fala atribuída a Sandro Mabel na decisão judicial.&nbsp;

<div attr-cid="policy:1.3209209" attr-version="policy:1.3209209:1733933464" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3209209" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3209209', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3209209">webstories (1.3209209)</a></div>

<h2>Inegibilidade</h2>

A inelegibilidade de Caiado e Mabel foi pedida pelo Ministério Público Eleitoral (MP Eleitoral), após uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) ter sido protocolada pela chapa de Fred Rodrigues (PL).

Eles foram investigados por abuso de poder político, pelo uso do Palácio das Esmeraldas, sede do governo, em eventos de apoio à candidatura de Mabel logo após o primeiro turno das eleições municipais. A sentença foi emitida em primeira instância pela juíza Maria Umbelina Zorzetti.

&nbsp;

Condenados a 8 anos de inelegibilidade, Caiado, Mabel e Coronel Cláudia deverão pagar multas que somam R$ 100 mil

Política

Política - título

Matéria - Política

JUSTIÇA

O governador do estado de Goiás, <a href="https://opopular.com.br/politica/justica-eleitoral-decide-pela-inelegibilidade-de-caiado-e-cassac-o-de-mabel-1.3209067" target="_blank">Ronaldo Caiado (União), negou à Justiça ter feito campanha para o prefeito de&nbsp;Goiânia&nbsp;eleito, Sandro Mabel (União)</a>, no Palácio das Esmeraldas, na capital do estado. De acordo com a Justiça, Caiado afirmou que os eventos realizados no local foram "reuniões institucionais, realizadas a portas fechadas".

<cite>O investigado Ronaldo Ramos Caiado requer a improcedência dos pedidos alegando em síntese que os eventos foram reuniões institucionais, realizadas a portas fechadas, sem a presença da imprensa e sem pedido de votos", diz o documento ao qual o POPULAR teve acesso.</cite>

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Uma&nbsp;decisão da Justiça Eleitoral de Goiás condenou, nesta quarta-feira (11), o governador Ronaldo Caiado (União) por abuso de poder político e cassou o registro do prefeito eleito Sandro Mabel (União).&nbsp;A decisão cabe recurso.

Em nota, a <a href="https://opopular.com.br/politica/mabel-diz-que-e-desproporcional-decis-o-que-cassou-seu-registro-meus-advogados-v-o-cuidar-disso-1.3209182" target="_blank">defesa de Sandro Mabel informou que recebeu o documento com surpresa</a>, disse que vai entrar com recurso e reafirmou que "não houve qualquer irregularidade na conduta apontada".

Disse também que, como a decisão não possui execução imediata, não vai atrapalhar que o prefeito eleito e sua vice sejam diplomados no próximo dia 19 de dezembro e tomem posse em 1º de janeiro de 2025. O&nbsp;POPULAR&nbsp;também contatou a equipe de Ronaldo Caiado para saber o que isso implica na gestão atual do governo estadual, mas não teve retorno até a última atualização desta reportagem.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/politica/justica-eleitoral-decide-pela-inelegibilidade-de-caiado-e-cassac-o-de-mabel-1.3209067" target="_blank">Justiça Eleitoral decide pela inelegibilidade de Caiado e cassação de Mabel</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/mabel-diz-que-e-desproporcional-decis-o-que-cassou-seu-registro-meus-advogados-v-o-cuidar-disso-1.3209182" target="_blank">Mabel diz que é 'desproporcional' decisão que cassou seu registro: 'Meus advogados vão cuidar disso'</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/caiado-chegou-a-ensinar-como-vereador-eleito-deveria-abordar-o-eleitor-para-pedir-apoio-para-mabel-diz-justica-1.3209187" target="_blank">Caiado chegou a ensinar como vereador eleito deveria abordar o eleitor para pedir apoio para Mabel, diz Justiça</a></div>

<div attr-cid="policy:1.3209243" attr-version="policy:1.3209243:1733940301" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3209243" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3209243', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3209243">Justiça Eleitoral decide pela inelegibilidade de Caiado e cassação de Mabel (1.3209243)</a></div>

<h2>Inegibilidade</h2>

A vice de Mabel, Cláudia Lira (Avante), também foi condenada. A Justiça ordenou que ambos os membros do União Brasil fiquem inelegíveis por 8 anos.

A inelegibilidade de Caiado e Mabel foi pedida pelo Ministério Público Eleitoral (MP Eleitoral), após uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) ter sido protocolada pela chapa do candidato adversário a prefeito de Goiânia, Fred Rodrigues (PL).

Eles foram investigados por abuso de poder político, pelo uso do Palácio das Esmeraldas, sede do governo, em eventos de apoio à candidatura de Mabel logo após o primeiro turno das eleições municipais. A sentença foi emitida em primeira instância pela juíza Maria Umbelina Zorzetti.

<div attr-cid="policy:1.3209209" attr-version="policy:1.3209209:1733933464" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3209209" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3209209', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3209209">webstories (1.3209209)</a></div>

<h2>Mabel pode tomar posse?</h2>

Ao&nbsp;POPULAR, a advogada eleitoral Marina Morais explicou que, na prática, a decisão não impede que Mabel tome possee do cargo de prefeito, porque assim que a defesa recorrer da decisão, ela ficará suspensa até o final do julgamento.

<h2>Como fica a gestão de Caiado?</h2>

A advogada eleitoral também explicou que, no caso de Ronaldo Caiado, como não se trata de uma cassação, mas de uma decretação de inelegibilidade, isso não interfere na gestão atual dele. 
"Enquanto ele não tiver uma suspensão dos direitos políticos, ele consegue permanecer no cargo normalmente", explicou a especialista.

<h2>Decisão do TRE-GO</h2>

De acordo com a sentença, o motivo que levou a condenação foram os jantares realizados com as lideranças políticas logo após o primeiro turno. Esses jantares, que supostamente tiveram cunho eleitoral, favoreceram Mabel, segundo a decisão.

<cite>O bem imóvel utilizado pelo investigado Ronaldo Caiado para a realização dos eventos constitui bem público de uso especial nos termos do artigo 99, inciso II, do Código Civil Brasileiro. As imagens dos vídeos que instruem a inicial demonstram que o ambiente estava preparado para a oferta de alimentos e bebidas aos convidados e, contava inclusive com decoração", diz o documento.</cite>

O <a href="https://opopular.com.br/politica/caiado-chegou-a-ensinar-como-vereador-eleito-deveria-abordar-o-eleitor-para-pedir-apoio-para-mabel-diz-justica-1.3209187" target="_blank">documento cita falas que foram atribuídas a Ronaldo Caiado</a> em um dos vídeos mencionados:

“Vocês não estão aqui como pessoa física não, vocês estão aqui como líderes que vocês são e vocês colocaram seus nomes para disputar uma eleição municipal! Então se vista desta credencial e volte com muita humildade: “Olha, agradecer o voto. Não fui eleito, mas você pode saber que eu continuarei na luta política porque eu ao ter o Sandro Mabel lá na prefeitura, eu tenho acesso para resolver os problemas da minha região e ele vai resolver porque tem o apoio do governador Ronaldo Caiado”, apoio incondicional meu. E que vou estar na minha campanha, ao lado dele, em tempo integral”.

Além da pena de inelegibilidade de 8 anos, Caiado, Mabel e Cláudia Lira&nbsp;foram condenados ao pagamento de multas:

<ul>
	<li>Ronaldo Ramos Caiado: R$ 60 mil;</li>
	<li>Sandro da Mabel Antônio Scodro: R$ 40 mil;</li>
	<li>Cláudia da Silva Lira: R$ 5.320,50;</li>
</ul>

<h2>Investigação</h2>

A Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) foi protocolada pela chapa do candidato adversário a prefeito de Goiânia, Fred Rodrigues (PL). Nela, foram denunciados por prática de abuso de poder político e descumprimento da Lei das Eleições: Sandro Mabel (então candidato a prefeito de Goiânia), Claudia da Silva Lira (então candidata a vice-prefeita de Goiânia) e Ronaldo Caiado (governador de Goiás e apoiador de Mabel).

A ação pediu que os três ficassem inelegíveis, perdessem os registros de candidatura e/ou os diplomas, e pagassem uma multa. O MP Eleitoral concordou com tudo que foi solicitado.

Segundo o MP Eleitoral, suplentes de vereadores e lideranças políticas foram convidados por Mabel e Caiado para participarem de jantares no Palácio das Esmeraldas, nos dias 7 e 9 de outubro. Os eventos, segundo o documento, foram divulgados nas redes dos dois políticos e “tiveram nítido caráter político eleitoral”, portanto configuram abuso de poder político.

“Independente da efetiva quantidade de eleitores diretamente atingidos, não se pode ignorar o fato de que os mencionados eventos tiveram ampla divulgação na mídia e redes sociais, pelo que ostentam gravidade suficiente para comprometer a legitimidade e a normalidade do pleito, estando, portanto, caracterizado o abuso do poder político”, afirma o MP Eleitoral no parecer.

Caiado negou à Justiça que fez campanha para Mabel no Palácio das Esmeraldas e disse que eventos foram 'institucionais'

A juíza eleitoral Maria Umbelina Zorzetti, da 1ª Zona Eleitoral de Goiânia, decidiu pela inelegibilidade por oito anos do governador Ronaldo Caiado (UB), do prefeito eleito da capital, Sandro Mabel (UB), e sua vice, Coronel Cláudia (Avante), por abuso de poder político diante da realização de jantares com aliados no Palácio das Esmeraldas, residência oficial do chefe do Executivo de Goiás, durante a campanha eleitoral de 2024. A decisão também determina a cassação do registro de candidatura de Mabel e Cláudia. A&nbsp;execução não é imediata e ainda cabe recurso.

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“Da análise do conjunto de provas, não se questiona que os investigados Ronaldo e Sandro, numa corrida por alianças em face da derrota no primeiro turno, buscaram o apoio dos vereadores eleitos e seus suplentes com o claro objetivo de aproveitarem do trabalho por eles realizado em suas regiões e com isso conquistarem o eleitorado desses apoiadores em prol da candidatura dos investigados Sandro e Cláudia”, disse a juíza na sentença.

A juíza também entendeu que Caiado desrespeitou condutas vedadas a agentes públicos, como uso de bens ou serviços da administração pública a favor de um candidato.

O processo foi protocolado pela coligação “Goiânia acima de Tudo”, que teve o ex-deputado Fred Rodrigues (PL) como candidato a prefeito. A principal acusação é de abuso de poder político por parte de Caiado e Mabel, por meio de jantares, nos dias 7 e 9 de outubro (na semana seguinte ao primeiro turno da eleição), que teria o objetivo de buscar apoio para a campanha governista em Goiânia.&nbsp;

A defesa de Caiado sustentou a legalidade do encontro, alegando que os jantares foram reuniões institucionais, sem caráter público e com o objetivo de parabenizar os candidatos eleitos pelo trabalho realizado, além de discutir estratégias emergenciais para a cidade. Há também o argumento de que a oportunidade foi usada para fortalecer o diálogo entre o Executivo estadual e a Câmara de Goiânia.&nbsp;

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A defesa de Mabel e Cláudia apresentou alegações semelhantes, destacando que os eventos foram realizados com público restrito, sem a presença da imprensa. Também destacaram que não houve pedido de votos ou desvio de finalidade de bens e serviços públicos.

O PL apresentou como provas reportagens que mencionaram o evento e postagens nas redes sociais dos políticos que participaram. Já Caiado apresentou seu chefe de gabinete, Alex Godinho, como testemunha. Godinho negou o caráter eleitoral dos eventos ou pedidos de voto.

<div attr-cid="policy:1.3209243" attr-version="policy:1.3209243:1733940301" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3209243" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3209243', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3209243">Justiça Eleitoral decide pela inelegibilidade de Caiado e cassação de Mabel (1.3209243)</a></div>

Estratégia

Na decisão, Maria Umbelina destacou jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre o uso de “palavras mágicas” que podem disfarçar o pedido direto de voto. No documento, a magistrada destacou falas que, em sua visão, remetem ao pedido de voto.&nbsp;

De Caiado, a juíza destacou: “Olha, agradecer o voto. Não fui eleito, mas você pode saber que eu continuarei na luta política porque eu ao ter o Sandro Mabel lá na prefeitura, eu tenho acesso para resolver os problemas da minha região e ele vai resolver porque tem o apoio do governador Ronaldo Caiado”.

Já na fala de Mabel, a magistrada ressaltou como “palavras mágicas”: (...) a esperança que eu tenho com vocês é que eu quero dizer pra vocês que o sonho não terminou. (...) eu tenho 52 anos de gestão e é por isso que junto com vocês nós vamos construir a melhor capital do Brasil”.

“Resta claro pela prova constante nos autos que o investigado Ronaldo pediu aos vereadores eleitos e seus suplentes que voltassem em suas regiões para pedir votos para o investigado Sandro e que deveriam contar para os eleitores que seus problemas estariam resolvidos caso Sandro fosse eleito já que ele tinha o apoio incondicional do Governador do Estado”, afirmou Maria Umbelina.

Reação

Mabel tratou sobre o assunto durante coletiva, na manhã desta quarta-feira (11), que tinha como foco o sistema de saúde municipal. O prefeito eleito classificou a decisão da Justiça Eleitoral como desproporcional. Mabel disse que o assunto será tratado por seus advogados e, enquanto isso, continuará trabalhando pela cidade. “Se tiver uma decisão contrária lá no fim - acredito que de forma nenhuma teremos - é uma decisão de Justiça e eu não tenho o que fazer. Trabalharei sempre, até o último dia do meu mandato”, disse Mabel.&nbsp;

Em nota, a defesa de Mabel afirmou que recebeu a decisão com surpresa e reafirmou a convicção de que não houve irregularidades nos jantares. “Ressaltamos que toda decisão judicial em matéria eleitoral deve ser pautada por uma análise objetiva da gravidade dos fatos, algo que não se evidencia no presente caso”, disse.

A análise da defesa é que a decisão “se baseou em premissas equivocadas e que não condizem com a jurisprudência do TSE e do TRE goiano”. A nota destaca que a decisão não tem execução imediata e, por isso, não há prejuízo para que Mabel e Cláudia sejam diplomados no dia 19 de dezembro. “Reiteramos nossa confiança na Justiça Eleitoral e acreditamos que, no recurso a ser interposto, o TRE-GO restabelecerá a legalidade e a justiça na condução deste caso”, disse.&nbsp;

A reportagem entrou em contato com a assessoria de Caiado, mas não houve resposta até a publicação.&nbsp;

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