Atualizado às 17 horas - Se a Assembleia Legislativa de Goiás seguir o parecer do Tribunal de Contas do Estado (TCE-GO) pela reprovação das contas de 2018, os ex-governadores Marconi Perillo e José Eliton (PSDB) poderão ficar inelegíveis por 8 anos e ser alvos de ações de improbidade. Os efeitos estão previstos nas leis da Ficha Limpa e de Responsabilidade Fiscal, segundo advogados e técnicos de tribunais de contas ouvidos pelo blog.Segundo especialistas, a inelegibilidade não é automática, mas avaliada a partir de registro de candidatura. Se registrada, seria impugnada pelo Ministério Público Eleitoral perante a Justiça Eleitoral, a quem caberia denegar o registro.Isso porque a Lei da Ficha Limpa estabelece que ficarão inelegíveis "os que tiverem suas contas relativas ao exercício de cargos ou funções públicas rejeitadas por irregularidade insanável que configure ato doloso de improbidade administrativa, e por decisão irrecorrível do órgão competente, salvo se esta houver sido suspensa ou anulada pelo Poder Judiciário". Como em geral os tribunais de contas não incluem no parecer "ato doloso de improbidade", a interpretação cabe à Justiça Eleitoral.Há muitas questões levantadas ainda sobre o julgamento. Uma delas é se Assembleia poderia protelar a apreciação, como fez no caso das contas de 2010 do ex-governador Alcides Rodrigues. O plenário da Casa só julgou Alcides em 2014, mais de três anos depois do parecer pela rejeição do TCE-GO, e aprovou as contas. Parte dos atuais deputados avalia que há muito mais pressão política e popular no contexto atual contra o adiamento.Ao Giro, o presidente da Assembleia, Lissauer Vieira (PSB), apontou tendência de que a Casa siga o parecer do TCE-GO.É previsível também um embate jurídico, tanto no caso de Marconi querer se livrar da responsabilidade, já que ficou no governo por apenas 95 dias em 2018 - renunciou ao cargo para disputar o Senado, sendo substituído por Eliton -, como em ações contestando as irregularidades apontadas pelo TCE.O TCE-GO aprovou ontem o parecer pela rejeição pela primeira vez nos quatro mandatos de Marconi. Eliton não quis se manifestar sobre a decisão. Já Marconi fez críticas ao parecer e diz confiar em julgamento independente, imparcial e justo da Assembleia.*** E-mail: fabiana.pulcineli@opopular.com.brTwitter: @fpulcineliFacebook: fabiana.pulcineliInstagram: @fpulcineli