Ato de racismo Temos o direito a ser iguais quando a nossa diferença nos inferioriza; e temos o direito a ser diferentes quando a nossa igualdade nos descaracteriza.” Essa fala de Boaventura Sousa Santos deveria presidir todas as relações humanas. No entanto, não foi o que vimos em relação ao jogador do Palmeiras Luigi, vítima de racismo no Paraguai. Infelizmente situações de racismo têm se tornado recorrentes e, apesar de se constituir crime, os casos têm aumentado assustadoramente, o que exige das autoridades punições imediatas e mais severas. Nesse sentido, a escola, enquanto agente de formação, ao lado da família, deve ser a instância, majoritariamente, responsável no combate ao preconceito de toda natureza, trazendo as discussões como forma de construção da cidadania. Em entrevista ao Fantástico, o jogador deu uma aula de resiliência e de cidadania. Segundo ele, o direito à voz e a ser ouvido foram atitudes construídas no seio familiar quando o pai cobrava dele avaliação sobre jogos que praticava desde a infância. Ter posição e defender os nossos direitos são ações que deveriam ser estimuladas na escola. O direito à fala, à argumentação, à indignação, são princípios construtores da cidadania, cidadania esta que constitui a finalidade de toda a educação escolar. Ser cidadão não consiste apenas no ato de votar, mas, sobretudo, na ação de cobrar do poder público, a quem delegamos, através do voto, a faculdade de nos representar.