Crime organizado As recentes investigações da Polícia Federal e da Receita Federal expuseram um esquema bilionário comandado pelo Primeiro Comando da Capital (PCC), que controlava usinas, distribuidoras, postos de combustíveis, inclusive em Goiás, transportadoras, fintechs e fundos de investimento. Foram identificados 42 fundos, movimentando R$ 30 bilhões, num “sistema paralelo” que se infiltrou na economia formal do País. É estarrecedor constatar que, enquanto trabalhadores, servidores públicos e pequenas empresas sofrem com a rigidez da “malha fina”, tendo suas mínimas transações bancárias e cartoriais escrutinadas, a engrenagem do crime organizado operava com fluidez nas mais sofisticadas avenidas financeiras do Brasil. A pergunta que ecoa é inevitável: como estruturas estatais, supostamente preparadas para fiscalizar, deixaram de agir diante de tamanho descalabro?