Pedestre integra a mobilidade&nbsp;

Vejo o empenho dos novos gestores no sentido de melhorar o fluxo dos veículos, motos e ônibus da nossa capital. Mas e os pedestres? O que está sendo estudado para melhorar a vida do cidadão que precisa atravessar ruas e avenidas?

Convido os gestores para, durante o dia, tentarem atravessar a faixa de pedestre na Avenida T-63, próximo à Praça da Nova Suíça, por exemplo. Antes existia, no local, um semáforo que ajudava na travessia, mas foi retirado.

Outro ponto inviável é na Avenida D, esquina com a Rua 23, no Setor Oeste. Tentar atravessar locais como aquele, hoje, é uma loteria. Além de diversos pontos críticos, a maioria das sinalizações destinadas a pedestres não está funcionando. O pedestre também faz parte da mobilidade urbana e merece mais respeito!

Rosângela&nbsp;Roriz Rizzo Lousa 
Setor Bueno

&nbsp;

Inflação e Lula em 2026

Lula vive seu pior momento político, desde o início de seu terceiro mandato. Ao invés de tomar medidas fiscais para controlar a elevação de preços, ficou colocando a culpa no presidente do Banco Central, como se ele aumentasse a taxa de juros de propósito.

Daí, a inflação em 2024 estourou a meta proposta. Os preços dos produtos cresceram e o poder de compra foi corroído pela alta dos itens básicos, consumidos pela classe trabalhadora: leite, óleo de soja, café, carne etc...

A realidade bateu à porta, na forma da deterioração da aprovação do presidente. Lula sabe que a sensação de bonança e os indicadores econômicos são necessários para a viabilidade de candidatura. Não sabemos quais as medidas que tomará para conter a alta dos preços.

Da forma como está, o preço da picanha, que foi símbolo de sua vitória, poderá levar ao contrário, o de sua eventual derrota em 2026.

Maria de Lourdes Barbalho

Setor Oeste

Carta dos Leitores

Opinião

Opinião - título

Assine - Offers Target - 2

Matéria - Opinião - Carta dos Leitores

O crescimento das cidades com mais de 20 mil habitantes deve ser cuidadosamente orientado por meio de um Plano Diretor, que é o principal instrumento responsável pelo planejamento do desenvolvimento urbano. Contudo, esse planejamento muitas vezes é modificado quando entra em choque com os interesses de grupos que buscam lucrar com expansões e adensamentos não autorizados pelo próprio Plano Diretor.

Esse foi o caso de Goiânia, no final de 2024, quando uma emenda que alterava o Plano Diretor foi inserida em um projeto enviado pelo Executivo, que tratava de parâmetros para Habitações de Interesse Social (HIS) na capital. A inserção dessa emenda, conhecida como “jabuti” no jargão legislativo, consiste em incluir, de forma indevida, um tema sem relação com o projeto original. De forma acertada, o prefeito vetou a emenda.

A emenda permitia a construção de prédios na Avenida Fued José Sebba, nos bairros Setor Leste Universitário e Jardim Goiás, o que estava completamente desvinculado do objetivo do projeto e não traria qualquer benefício real à cidade. A votação ocorreu no dia 30 de dezembro, dois dias antes do encerramento da legislatura.

Ao analisar o crescimento de Goiânia, é claro o direcionamento das construções: o interesse financeiro de uma minoria, em detrimento da qualidade de vida da população. Contudo, essa é uma discussão que merece outro artigo. O foco aqui será a emenda que possibilitou o adensamento da Avenida Fued José Sebba.

A inserção da emenda apresenta um vício formal no processo legislativo, o que levou dois vereadores a impetrarem mandado de segurança sob o argumento de que matérias relacionadas ao Plano Diretor deveriam ser discutidas em projetos que tratam do tema. Representantes do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Goiás (Crea-GO) também alertaram para o risco de tratar um tema tão crucial para a cidade por meio de uma simples emenda a um projeto de lei, quando deveria ser debatido no âmbito do próprio Plano Diretor.

Até o momento, a Justiça ainda não concluiu o julgamento do caso. Mesmo assim, e desconsiderando o andamento judicial, o veto do prefeito à emenda foi derrubado, e a nova lei entrou em vigor, embora a emenda estivesse sub judice. Ademais, a nova configuração permitida pela lei para a avenida contraria o próprio Plano Diretor de Goiânia, que define áreas específicas para o adensamento populacional. A Fued José Sebba não se enquadra nas diretrizes do Plano, uma vez que não está localizada em nenhuma das 12 vias estruturais do sistema de transporte coletivo, conforme estabelecido pela legislação de 2022.

Portanto, estamos diante de uma lei construída por meio de um processo legislativo inadequado e, por que não dizer, questionável, que contém ilegalidades e inconstitucionalidades que precisam ser corrigidas. A cidade não pode ser refém de interesses externos que não atendem às suas necessidades reais.

Diante disso, restam duas perguntas: quem realmente se beneficia com o adensamento da Avenida Fued José Sebba? E o que a recém-empossada administração de Goiânia fará em relação a essa manobra legislativa?

Vilmar Rocha, professor de Direito da UFG e fundador presidente do Instituto Vilmar Rocha de Estudos Políticos

A Fued Sebba e o jabuti

Artigos

Título - Artigos

Matéria - Artigos

Vilmar Rocha

Uma francesa descreveu em 2012 algo que eu nunca sonhei que viveria, ainda que anos mais tarde do que ela. No documentário “O cérebro de Hugo”, Brigitte Et Cyril foi direta. “É muito difícil não estar em uma relação com o seu próprio filho. Nós nos sentimos julgadas e deficientes no nosso papel de mãe”.

Ela tinha razão e era, exatamente assim, que eu me sentia: impotente, perdida, e não raras vezes, culpada. Por que eu não conseguia brincar com meu filho de 2 anos? Por que ele não se interessava pelas figuras de animais que eu mostrava e colava na parede da nossa sala? Por que ele não atendia quando eu o chamava pelo nome?

Olhares enviesados serviam como respostas silenciosas que não se furtam de vir à tona. Abruptamente exclamadas: “Vocês, pais, o mimam demais!”; “Vocês não estão dando oportunidade para ele pedir as coisas!”; “Isso é superproteção!”. E, em meio a tantas suposições e poucas certezas, meu coração se angustiava ainda mais. Só. Extremamente só.

O período que antecede a um diagnóstico de autismo é realmente confuso. Muitas desconfianças, comparações, a vontade de negar o que se vê, a busca incessante por informações. Mas creio que exatamente neste momento, quando se está ávido por desbravar a realidade que se insinua, é que começamos a deixar a solidão para trás. O “compartilhar experiências” tem um trunfo poderoso: ressignifica nossa dor e nos faz caminhar de mãos dadas.

Brigitte Et Cyril não está só. Nunca esteve. Na época em que foi lançado “O cérebro de Hugo”, obra que mistura ficção a depoimentos reais de pais e pessoas com o Transtorno do Espectro Autista (TEA), a estimativa era de que existiam 600 mil autistas na França, dos quais 100 mil crianças. No documentário, várias dúvidas pululam de mentes diferentes. Temas como peregrinação por um diagnóstico correto, inclusão escolar, tipos de tratamento, relações interpessoais, amizade, namoro, trabalho.

Tudo isso cruza fronteiras, países, oceanos. Chegou ao Brasil. Chegou até mim. Assim como Brigitte, também não estou só. Dividimos as mesmas angústias e inquietações, alegrias e tristezas, quem sabe horas de sono, mas também sorrisos arrancados de alguma proeza inusitada do rebento. Experiências semelhantes à de outras famílias brasileiras — em nosso país, apesar da falta de dados oficiais, trabalha-se com a estimativa de quase 6 milhões de autistas.

Sim, creio que é muito mais do que você imaginava, e, acredite, as estatísticas têm aumentado cada vez mais. Recentes estudos do Center of Diseases Control and Prevention (CDC) apontam que para cada grupo de 36 crianças norte-americanas com até 8 anos, uma é diagnosticada com TEA atualmente.

À você, mãe, que acabou de receber um diagnóstico como aquele que eu recebi em 2015, o meu recado carinhoso: essa dor que lateja agora vai passar. E, não, você não tem culpa de nada.

A ciência já provou que, a despeito do que alguns teóricos propalaram décadas atrás, a causa do autismo é biológica. Você não superprotegeu seu filho, não o mimou demais, não deixou de colocar limites nem o traumatizou. Não se esqueça: a palavrinha que faz toda a diferença nesse processo é muito mais curta e simples: amor!

Carla Lacerda, jornalista, escritora e mãe atípica

Autismo sem culpa

Carla Lacerda

Alimentos: sem intervenção, sem subsídio, sem mudança na data de validade e... sem solução 
 
Enfrentando várias frentes de batalha por causa da inflação dos alimentos, o governo Lula conseguiu vencer a primeira, ao impedir que a onda contra "um conjunto de intervenções" virasse tsunami, como no caso do Pix. Mas a guerra continua, e em terrenos mais pantanosos: como reduzir os preços e dar uma resposta principalmente para a baixa renda, sem bater de frente com o mercado e o já arisco agronegócio?

<a href="http://opopular.com.br/canal" style="font-size: 12px;" target="_blank">🔔 Siga o canal de O POPULAR no WhatsApp</a> 
 
Sidônio Palmeira reagiu rapidamente a uma palavra maldita usada pelo chefe da Casa Civil, Rui Costa, ao anunciar "intervenções" contra a inflação da comida. "Intervenção" remete a "boi no pasto", "fiscais do Sarney", "congelamento" e seus efeitos bumerangue nos objetivos, na economia e na popularidade dos invencionistas.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/opiniao/o-brasil-no-oscar-1.3223360" target="_blank">O Brasil no Oscar</a> 
<a href="https://opopular.com.br/opiniao/gelo-em-washington-1.3221543" target="_blank">Gelo em Washington</a> 
<a href="https://opopular.com.br/opiniao/artigos/tremenda-falta-de-opc-es-1.3219653" target="_blank">Tremenda falta de opções</a></div>

O governo todo se mobilizou para "explicar" que o ministro quis dizer "medidas", ou que foi um "ato falho". Funcionou, mas, cá prá nós, intervenção e medidas são praticamente sinônimos nesse caso e "ato falho" significa que, lá no inconsciente, o ministro defende exatamente isso: intervenção nos preços, dentro da convicção intervencionista histórica de Lula e PT. 
 
Bem ou mal, o estrago nas redes foi contido, mas a questão mexe com comida, pobre, classe média, todo mundo, esfria a popularidade de Lula, esquenta as disputas internas, por exemplo, entre Costa e Fernando Haddad e do governo com o agronegócio. Em meio a inflação, desequilíbrio fiscal, juros na estratosfera e ambiente internacional imprevisível. Mas o governo não tem muitas alternativas além de fazer uma reunião atrás da outra, concluir o óbvio e anunciar que vai anunciar alguma coisa. 
 
Até aqui, o foco está em dizer o que não vai fazer: intervenção, que apavora o agronegócio, subsídios, que irritam o mercado, e flexibilização da data de validade de produtos nas gôndolas do varejo -sugerida pela associação de supermercados, até adotada em alguns países, mas que seria um desastre na internet: "Lula quer vender comida estragada". Nem pensar! 
 
É rezar para safra recorde, São Pedro camarada, o bom e velho equilíbrio entre oferta e procura, enquanto setores se movem, a oposição à espreita e o governo lança ideias, como redução no imposto de importação, direcionar o Plano Safra para a cesta básica e até reduzir custos operacionais do Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT). 
 
Parece leque enfrentando tsunami, com o pobre comendo menos, o humor da classe média piorando, as incertezas na economia aumentando. Sem falar em Trump e nos combustíveis, que afetam inflação e alimentos e têm muito a ver com a palavra maldita: "intervenção". Mas isso é outra história, ou outra coluna. 
 
*Comentarista da Rádio Eldorado, da Rádio Jornal (PE) e do telejornal Globonews em Pauta

Governo num mato sem cachorro

Matéria - Opinião

Eliane Cantanhêde

Cargos&nbsp;na Alego

Sobre ação oriunda da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás, pode-se comemorar, considerar ou mensurar como reciprocidade aos incautos eleitores, enquanto tem à sua frente o atual presidente da Casa que se perpetua no cargo, não largo o osso? Será pela sua brilhante capacidade elástica de como promover a gastança do dinheiro nosso?&nbsp;

Brilhantes as considerações do colega missivista Luciano Leão Bernardino da Costa neste espaço na edição desta segunda-feira (20) do POPULAR. Discorreu assertivamente sobre a realidade daquela casa de leis. De leis? Deu sua contribuição de como gastar ainda mais, sugerindo a criação de mais oito secretarias muito bem intituladas.

Compartilhando com o autor da carta, como sugere, dentre outras muitas secretarias que ainda podem ser criadas para o estilo peculiar daquele ninho, permitam-me sugerir a criação de pelo menos mais uma, a secretaria de ação ao fortalecimento da fome dos deputados goianos. Tem orçamento para muitas outras. Não tem quem fiscaliza. São imunes de vetos.&nbsp;

Ezio Inácio Rossi&nbsp; 
Bela Vista de Goiás-GO

&nbsp;

Parabenizo o bom esclarecimento à população goiana feito pelo sr. Luciano Leão Bernardino da Costa, em carta publicada nesta segunda-feira (20), sobre a farra com o dinheiro público (dinheiro nosso) em favor dessespseudo-representantes da população no chamado Legislativo.&nbsp;

Obviamente que há exceções, felizmente nem todos compactuam com essa prática nociva do gasto do erário, que se fosse direcionado para setores importantes, como saúde, educação, moradia, segurança etc. seria um bom exemplo para o país.&nbsp;Algum setor competente tem que barrar isso.

Cesar Benito Caldas&nbsp; 
Ceres-GO

&nbsp;

Léo Batista

Um dos mais admirados jornalistas deste país, Léo Batista, que aos 92 anos faleceu, deixa grande legado. Desde 1953 no Grupo Globo de Comunicação, com muito brilhantismo na área de esportes, foi apresentador, narrador e até dublador. E o primeiro em 1954 a noticiar o suicídio do presidente Getúlio Vargas. Nossos sentimentos à família!

Paulo Panossian&nbsp; 
São Carlos-SP