Costumes e Semana Santa

Confesso aqui que há tempos não como carnes na Sexta-feira da Paixão em respeito à minha mãe, quando, neste dia, estamos almoçando ou jantando juntos. Caso contrário, em sua ausência (o que é raríssimo) não teria o mínimo constrangimento ou sentimento de culpa em ingerir quaisquer tipos desses alimentos.

Prefiro focar no meu tratamento respeitoso e sincero com o mundo exterior, sobretudo com as pessoas, e assim cotidianamente seguir na tentativa de melhorar cada vez mais enquanto ser humano, não para ser melhor que ninguém, mas sim para humildemente me tornar sempre melhor que eu mesmo.

Assim sendo, minha entrega à esta esfera e a todos que nela habitam terá valor e sentido. Deixo aqui claro o meu respeito a todos aqueles que seguem seus costumes e preceitos passados de geração em geração. Que assim prossigam! Somente espero que simultaneamente pratiquem os exercícios do respeito, do entendimento, da caridade, da justiça, da fraternidade... do amor fraterno.&nbsp; 
Paz e bem!

Roberto Célio P. Silva&nbsp; 
Setor Pedro Ludovico- Goiânia&nbsp;

 
Descaso com o bem-estar social

Neste Brasil, dos excrescentes penduricalhos, dos mais de R$ 50 bilhões de emendas parlamentares, parte secretas, alto nível de corrupção, orgia com recursos dos contribuintes, o que menos importa aos dirigentes públicos é privilegiar ações de bem-estar social para população.

O IBGE, como parte do Censo de 2020, divulgou na quinta-feira, 17, mais um retrato inconcebível por obra e descaso da nossa classe política. Que apenas 20% da população vivem em ruas com calçadas livres de obstáculos. Só 15% vivem em ruas com rampas de acesso.

Nem todos hospitais, postos de saúde e escolas têm acessibilidade para cadeirantes, no qual, desrespeitam a lei promulgada há 25 anos. E menos de 2% moram em ruas com faixas para bicicleta e que apenas cerca de 66% dos brasileiros vivem em ruas arborizadas.

Infelizmente, vivemos num Brasil pobre, de alta violência urbana, em que avanços ocorrem a passos de tartaruga. Enquanto privilegiados vivem enfurnados no seio das nossas instituições. Até quando?

Paulo Panossian&nbsp; 
São Carlos – SP

Carta dos Leitores

Opinião

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Matéria - Opinião - Carta dos Leitores

Carta dos Leitores 

Pacificação&nbsp;

Não concordo com a desculpa mentirosa da extrema direita, liderada pelo ex-presidente Bolsonaro, quando eles dizem, de forma enganosa, que para pacificar o país tem que ter anistia para os executores dos atos antidemocráticos do 8 de janeiro, claro, indiretamente querendo livrar os cabeças dos atos. O que pacifica o Brasil é o candidato derrotado nas eleições estender a mão para o candidato vitorioso e dizer que seja respeitada a vontade das urnas. O que pacifica o país, é o candidato derrotado esperar no alto da rampa do Planalto e passar a faixa presidencial para o vitorioso. O que pacifica nosso povo, é fazer como aconteceu no Uruguai, onde o derrotado candidato de direita disse “pode contar conosco”; o mesmo aconteceu nos EUA, onde Biden perdeu as eleições disputadas pela vice Kamala Harris, mas uma semana antes da posse do vitorioso Trump, Biden escancarou as portas da Casa Branca, como manda a tradição, postura que Trump não cumpriu quando perdeu as eleições. É isso que pacifica uma nação, o respeito à maioria da vontade dos eleitores, não é pedido de anistia, não é implorar perdão. Atacar sem provas o sistema eleitoral brasileiro não é liberdade de expressão, isso é agressão, e se essa agressão parte de um presidente em pleno exercício do seu mandato, seus eleitores vão comprar essa ideia, como se verdade fosse. A pacificação do Brasil, infelizmente, está distante, eles atacam a ONU, a OMS, a academia de cinema de Hollywood, a Anvisa, o IBGE, e agora atacam até o papa Francisco, mesmo depois de morto. O que pacifica o Brasil, é perder a eleição e ir pra casa esperar mais quatro anos. Respeitem a democracia.&nbsp;

Márcio Manoel Ferreira&nbsp; 
Jardim Novo Mundo - Goiânia

Imposto sindical&nbsp;

O governo passado havia, com justiça e sensatez, suspendido a cobrança arcaica e abusiva do tal imposto sindical. No entanto, o atual governo, sem qualquer consulta ao trabalhador, ou seja, o dono do salário, decidiu voltar com a cobrança. Defensores do absurdo argumentam que é apenas uma contribuição anual para sobrevivência dos sindicatos. Ora, não importa o valor nem quantas vezes, importa saber que é a mão de ferro do Estado roubando do trabalhador um dinheiro sobre o qual não haverá qualquer retorno ou compensação. Com o governo atual, a situação piorou, pois o desconto é automático e só depois o trabalhador lesado pode recorrer ao sindicato, que vai avaliar a possibilidade de devolver a quantia subtraída indevidamente. Além de uma garfada no salário, o trabalhador terá que se ausentar do serviço para tentar reaver um dinheiro que é seu e lhe foi subtraído.

Valentin Moreira da Silva Junior&nbsp; 
Setor Aeroporto – Goiânia&nbsp;

Cartas dos Leitores

Cartas

Arborização&nbsp;em Goiânia&nbsp;

Primeiramente, devemos parar de nos enganarmos que Goiânia é uma cidade arborizada. Foi... anos atrás! Atualmente, não é mais!&nbsp; 
Infelizmente, tanto a população quanto o próprio órgão que deveria cuidar vêm acabando com as árvores da cidade, principalmente as de grande porte. Logo estas que contribuem muito para melhoria da qualidade do ar, ajudam com o seu sombreamento a tornar o ar mais fresco, além da floração que embeleza e muito a cidade.&nbsp; 
Não que árvores de médio e pequeno porte não tenham seu valor, todas têm!&nbsp; 
Mas agora arrancam as de grande porte e só plantam as outras, retira-se uma exuberante sibipiruna e plantam no lugar uma escova-de-garrafa, pata de vaca...&nbsp; 
Alteram o paisagismo da cidade deixando-a bem empobrecida esteticamente.&nbsp; 
É preciso fazer um planejamento para o plantio dessas árvores: em praças, parques, ilhas mais largas, voltar a plantar as árvores de grande porte obedecendo o planejamento do paisagismo inicial da cidade, que por sinal era ótimo! E deixar as de médio e pequeno porte para calçadas e ilhas estreitas, e para as calçadas do lado que tem fiação elétrica. Não precisa ter dilema algum!&nbsp; 
Alegam que as espécies são “muito antigas, estão no final da vida útil...” simples, só substituir por novas mudas das mesmas espécies; alegam também que algumas estão inadequadas para o bioma; acredito que não devemos plantar só espécies do Cerrado por vivermos nele, desde que a espécie plantada se desenvolveu é sinal que encontrou um solo bom aqui no Cerrado propício para ela também. A variedade é rica e bela! Agora também não basta só plantar, tem que cuidar: adubar, podar, fazer o controle das pragas; fungos, enfim, estar sempre avaliando a saúde e o desenvolvimento delas.&nbsp; 
Este é também o trabalho e dever do órgão que cuida.&nbsp;

Joana Borges&nbsp; 
Jardim Atlântico - Goiânia

Mutirama&nbsp;

Em 1969, eu estava no primeiro ano de engenharia na UFG. Quando o Mutirama foi inaugurado, logo após a cassação do Iris, dizíamos que o seu nome significava Ministros Unidos Tiraram Iris Rezende Antes Mandato Acabar.&nbsp;

Antonio de Padua Teixeira&nbsp; 
Setor Aeroporto - Goiânia

Papa do&nbsp;diálogo&nbsp;

Papa Francisco rompeu com as tradições e se tornou símbolo do diálogo, da inclusão, da preservação ambiental e da promoção da paz. Líder que, com humildade e coragem, ousou lembrar à Igreja e à humanidade o valor da compaixão.&nbsp; 
O pontífice foi firme contra as desigualdades, crítico do capitalismo selvagem e defensor da classe trabalhadora. “Não existe uma boa sociedade sem um bom sindicato”, dizia ele — sempre do lado das lutas populares e dos mais vulneráveis.&nbsp; 
Que ele inspire os bispos ao redor do mundo a seguirem sua luta, em especial, o arcebispo de Goiânia, dom João Justino.&nbsp; 
Desejamos que os nobres ensinamentos do santíssimo padre nos guiem como um farol em todos os tempos – sejam eles de escuridão ou de responsabilidade para&nbsp;celebrar a dignidade da pessoa humana. Vossa luz permanece&nbsp;e vive em nós!&nbsp;

Mardônio Pereira da Silva&nbsp; 
Presidente da Associação dos Professores da PUC Goiás (Apuc) 
 
Povos&nbsp;indígenas&nbsp;

Em tempos de crises climáticas, colapsos sociais e profundas desigualdades, somos desafiadas(os) a repensar nossa relação com a terra, com o tempo e com todos os seres.&nbsp; 
É preciso superar o paradigma patriarcal-capitalista e racista, que sufoca a vida e mantém a supremacia branca colonial.&nbsp; 
Esse é o convite proposto pelo evento Cosmologias dos povos indígenas para construir um futuro ancestra,l que ocorre nesta quinta, a partir das 18h30 na Faculdade de Educação da UFG. A noite que irá oferecer às(aos) participantes uma apresentação cultural, feira de artesanato, pintura corporal, sabores e medicinas tradicionais indígenas, tem como atração principal uma Roda de Conversa com as lideranças feministas indígenas, Yapã Inã (Jucilene) do povo Karajá do Xingu e Rosa Kambeba do povo Omágua do Amazonas. Para celebrar a diversidade humana e da natureza estarão presentes os representantes dos povos Bororo (MT e MS), Guajajara (MA), Hunikuí e Shawãdawá (AC), Suyá-Trumai (MT), Terena (MS) e Tupinambá (MG). A atividade conta com o apoio do deputado federal Rubens Otoni, da Universidade Federal e da PUC-GO, e será realizada por coletivos feministas junto do Centro de Estudos, Pesquisa e Extensão da Adolescência da Faculdade de Educação da UFG e do Centro Acadêmico de Pedagogia Hilário Predzawe.&nbsp;

Kelly Cristina&nbsp; 
Hidrolândia-GO&nbsp;

Papa Francisco

Nunca me imaginei escrevendo aqui sobre a Páscoa de Papa Francisco. Nunca! Até mesmo porque gostaria muito que este tivesse longínqua e saudável vida à frente do Vaticano tamanha a sua importância, não só para a Igreja Católica, mas com certeza para toda a humanidade. Com Celebrações e homilias e discursos carregados dos melhores ensinamentos o bom e velho Francisco poderia se abster de tudo isso. Sim! A vida simples que levava, seu modo de pensar e viver, sua honestidade e veemência nos atos e palavras já nos mostrava o próprio “Evangelho em ação”. 
Por um lado sinto um aperto no coração com aquela sensação de perda. Mas, por outro o coração bate feliz por ter tido a oportunidade de viver à mesma época que ele.... E mais, comungar de sua fé e de todos os seus ideais e pensamentos e atos concretos. Fica o exemplo de homem abençoado e simples que abdicou de quaisquer ostentações para mostrar a todos(as) que o mundo é viável e que podemos sim vivermos e convivermos de forma simples, digna e fraterna. Basta-nos a compreensão para sairmos dessa nossa incômoda zona de conforto ou de aceitação. 
Sua benção, amado Papa Francisco! Gratidão eterna!

Roberto Célio P. Silva 
Setor Pedro Ludovico - Goiânia

RG animal

Enquanto o governo federal lança o Sinpatinhas – um cadastro nacional para animais domésticos com direito a RG, microchip e QR Code na coleira –, milhares de seres humanos dormem sob viadutos, sem nome, documento ou futuro. A iniciativa, embora louvável pela proteção animal, escancara uma contradição perversa: o Estado que capilariza cuidados a pets é o mesmo que naturaliza a miséria humana como paisagem urbana. O cadastro canino garante microchip, dados do tutor e localização. Já o homem da rua, quando some, não dispara alertas. Seu desaparecimento não mobiliza redes sociais, não gera buscas com QR Code. É apenas mais um corpo anônimo que o Estado trata como estorvo, não como sujeito de direitos. Há um abismo entre o cuidado burocrático com animais e a brutal negligência com humanos. Não se trata de condenar a proteção animal – o Brasil tem 54 milhões de cães e 24 milhões de gatos (IPB, 2024), que merecem cuidado. Mas quando um país oferece tecnologia de rastreamento a pets enquanto 31,7 milhões passam fome (Rede Penssan, 2023), algo está invertido. Enquanto o Sinpatinha avança, o CadÚnico – que deveria incluir humanos – tem 4,7 milhões de famílias esperando há mais de 2 anos por aprovação (MDS, 2024), tornando-se metáfora de um Estado que, ao mirar o focinho do cachorro, ignora o rosto sujo de lágrimas debaixo do mesmo poste.

Rubens Vieira da Silva 
Silvânia - Goiás