Inspeção do CNJ A recente inspeção do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) no Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO) expõe uma realidade estarrecedora. O uso irregular de R$ 125 milhões do Fundesp-PJ para pagamento de pessoal, classificado pelo próprio CNJ como “irregular, temerário e de alto risco jurídico”, revela a fragilidade de um modelo que deveria primar pela legalidade e transparência. A omissão da lei estadual ao não proibir expressamente tais gastos não pode servir de pretexto para drenar recursos destinados ao reaparelhamento e modernização da Justiça. O contraste com legislações de outros estados demonstra que Goiás segue na contramão da boa governança pública. A suspeita de nepotismo, com 488 servidores declarando vínculos de parentesco, reforça o quadro preocupante de um tribunal que deveria ser guardião da moralidade administrativa. Como confiar em um Judiciário que convive com práticas que afrontam os princípios constitucionais da impessoalidade e eficiência?