O patrão e o empregado Na manchete de capa desta quinta-feira (25), neste diário, uma infeliz asseveração do prefeito Rogério Cruz: “é menos oneroso indenizar veículo do que pagar dois funcionários para segurar a rede”. A página 11 conduz o eleitor aos meandros dessa notícia. Segundo Cruz, cálculos realizados pela Companhia Municipal de Urbanização de Goiânia (Comurg) concluíram ser menos dispendioso arcar com o ressarcimento de possíveis condutores afetados do que dispensar dois servidores para fazer o uso da rede de proteção. Essa “preciosidade” dita à TV Anhanguera na segunda-feira (22), é o retrato acabado do menosprezo do chefe do Executivo municipal pelo contribuinte, esquecendo-se que o dinheiro que paga o seu salário, o salário do presidente da República e de seus ministros, dos governadores de Estado, dos senadores, deputados e vereadores, dos ministros e juízes dos tribunais, também paga o salário de todos os outros servidores, dos coletores de lixo ao assessor mais graduado, do cabo ao general; e esse dinheiro vem de um único patrão: o povo brasileiro – contribuinte e eleitor. Para não pairar dúvidas, frise-se aos desavisados que o eleitor é quem emprega os servidores públicos, via voto e/ou delega poderes aos eleitos para empregarem em seu nome. A propósito, considerando-se a péssima gestão, são nulas as chances do eleitor goianiense recontratar o chefe do Executivo para um segundo mandato.