Conselho Estadual de Cultura Em tempos não tão remotos o Conselho Estadual de Cultura era composto por pessoas de notável conhecimento nos segmentos culturais por elas representados, e não menos notável era também a posição do órgão colegiado na estrutura da administração pública de Goiás. Explico: o Conselho, cujas atribuições são de caráter normativo, deliberativo, consultivo e fiscalizador, por lei, integrava a estrutura complementar da Secretaria-Geral da Governadoria. Ora, era mais do que acertado tal enquadramento, uma vez que assegurava a sua autonomia, garantindo assim a finalidade de gestão democrática da política cultural do Estado, diga-se, livre de qualquer ingerência ou coação por parte da Secretaria de Estado da Cultura. Tal posição de independência era reforçada pelo respeito a sua composição mista, isto é, metade das indicações advindas de indicações do governador e a outra metade da sociedade civil (representada pelas entidades culturais). O governador Ronaldo Caiado resolveu por bem, num simples decreto, submeter o independente Conselho Estadual de Cultura à “sua” Secretaria de Estado da Cultura. Isto mesmo: o CEC hoje se submete à Secretaria que ele próprio fiscaliza. É como se o Tribunal de Contas do Estado se transferisse para uma salinha contígua ao Palácio das Esmeraldas. A coisa se agrava quando de descobre que se uma demanda ou denúncia for encaminhada ao Conselho, a Ouvidoria da Controladoria a envia antes para o Gabinete da atual secretária de Estado da Cultura que, inclusive, dá indevidos pitacos na relação sociedade civil-Conselho.