Procuram-se professores Um dos pilares para o desenvolvimento de uma sociedade é a educação. No entanto, seguimos na contramão desse axioma. Plantamos e estamos às vésperas de uma colheita maldita, mergulhar numa situação caótica, um mundo distópico; fruto da atenção às avessas dispensada pelo Estado, pais, alunos e a sociedade em geral ao ator protagonista do sistema educacional; os mestres. Classe em processo de extinção – retirantes. Caminhamos céleres rumo a uma realidade catastrófica. O desinteresse dos jovens pela docência é a regra, e os motivos estão em pesquisas do Inep e Semesp, órgãos vinculados ao MEC: falta de valorização – salários abaixo da crítica afugentam grandes cérebros a lecionar – e estímulo da carreira (75%); desinteresse e indisciplina dos alunos (63%); falta de apoio e reconhecimento da sociedade (61%) e falta de envolvimento e participação das famílias dos alunos (59%). Oito em cada dez professores da educação básica, inseguros e frustrados, já pensaram em desistir da profissão; oito em cada dez educadores já sofreram algum tipo de agressão no trabalho. As escolas têm se tornado um ambiente hostil e o alvo das agressões, invariavelmente, é o professor. Segundo levantamento da Associação Nova Escola, os próprios alunos são os responsáveis por 59% das agressões, em seguida, vêm os familiares dos discentes (31%). Cerca de 60% dos estudantes de licenciaturas na rede privada e 40% dos estudantes da rede pública desistem da formação. Entre os mais jovens, apenas 6,6% têm interesse em cursos na área. Espera-se um déficit de 235 mil docentes no Brasil, até 2040. Todavia, ao que assistimos é um ensaio de cegueira coletiva daqueles que têm o poder nas mãos para indicar o caminho a seguir. Se a meta é alcançar um futuro profissional promissor, não seja professor!