Ato na Paulista Domingo típico da desfaçatez da política brasileira, o 6 de abril. Com o mote se “anistia já”, políticos de viés de direita e extrema direita, se associaram em algo que chamam de manifestação pela anistia. Um embuste degradante, pregado por gente interessada em outras coisas. Muito se falou na moça do batom, como se os horrores protagonizados no oito de janeiro se restringissem a esse objeto do toucador feminino. Alguns, é evidente, estiveram lá pela deificação escancarada ao ídolo, o ex-presidente. Outros se apegam à famigerada noção do “farinha pouca, meu pirão primeiro”, temerosos de que eventuais avanços sociais mexam em seus preciosos caraminguás. Mas a ideia precípua do evento é, por um lado, a tentativa de salvação do ídolo; e aí já não é mais uma questão de eleição, mas de evitar cadeia. Não poderia faltar o vendilhão do templo e sua cantilena de Deus e justiça, papo mais que rançoso.