Jorge Braga Jorge Braga, meu amigo de infância em Patos de Minas, nasceu maluquinho, levado da breca, birrento, atrevido e narigudo, cara e focinho do Ziraldo, seu maior ídolo. Na década de 80, cada um por si, purgatório para todos, já estamos fazendo jornalismo em Goiânia, ombreando a mensagem subliminar da dupla “Cumprido” e “Baixim”, personagens criados por Henfil para representar a dualidade do bem e do mal. Eu, repórter político, ele cartunista de humor escatológico, ambos deitando ironia na conjuntura política, nas injustiças sociais e na hipocrisia da sociedade. Trabalhamos juntos por décadas, 17 anos só no POPULAR. Longe das redações, inteligência acima da média, Jorge esbanjava simpatia e gostava de imitar políticos goianos, usando bordões de humoristas famosos. Seu estilo favorito era o de Ronald Golias, incluindo a impagável boca torta e o olhar atravessado, de esguelha: “Ô Cride, fala pra mãe!”