Democracia&nbsp;

Acompanhando o estica e puxa em Brasília nesses últimos dias percebi o quanto nossas lideranças maiores estão aparvalhadas. E no meio dessa guerra de informações corremos o grande o risco de jogar a nossa democracia no esgoto em meio a uma luta fratricida entre os três poderes. De um lado o STF (Supremo Tribunal Federal) que puxou a corda na tentativa de punir exemplarmente todos os envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023. De outro lado um Congresso pressionado por grande parte da opinião pública e lideranças da direita e do centrão. E não menos importante, um Poder Executivo omisso, maculado e com inúmeros erros de gestão. Só espero que nesse cabo de guerra e na busca por uma anistia completa não cheguemos a escancarar as portas e janelas para uma futura ditadura (seja de direita ou de esquerda) revestida no primeiro momento de solução após quase 40 anos de uma Constituição cidadã e democrática. Que nossos parlamentares, ministros do STF e lideranças do governo federal tenham sensatez nesse momento difícil que o país enfrenta.&nbsp;

Marco Antônio Ferreira&nbsp; 
Portal do Sol 1 - Goiânia

 
Manifestação&nbsp;

Os argumentos utilizados aqui pelo autor de carta publicada nesta coluna, na sexta (5), para se defender sobre sua possível ida a uma suposta manifestação pró-anistia, estão repletos de inversões sobre o entendimento da lei. Começando de trás para frente, cito o final de sua carta:&nbsp; 
“... pois não gostaria de ganhar a joia mais cara da coroa, a máscara da censura, que turva os olhos, impede a audição e cala a nossa voz.” Concordo plenamente com ele desde que o mesmo saiba discernir liberdade e libertinagem. Simples assim. Pois bem, apoiador desta luta insensata por anistia, o autor desdenhou de seu professor de Direito Constitucional na UFG alegando que o mesmo, pelo que escreveu em artigo neste jornal, “não aprendeu o que ensinou”. Pois saio em defesa deste professor Constitucionalista observando que quem não prestou atenção em suas aulas pode muito bem desvirtuar as coisas e pior, caso tenha aprendido, agora apoia o que infringe nossas leis. Cito agora os artigos da Constitucional Federal Brasileira em que se enquadram aqueles(as) envolvidos(as) na famigerada tentativa de golpe de 8 de janeiro: artigo 1°, parágrafo único; artigo 5°, inciso IV; artigo 6°, entre outros. Por discordância desta anistia, cito também os crimes por estas pessoas praticados com fulcro nos artigos do Código Penal Brasileiro: crimes contra o Estado Democrático de Direito, golpe de Estado), associação criminosa, dano e incitação ao crime. Pela soberania de nosso País, pela nossa&nbsp; 
Democracia e Estado Democrático de Direito, eu digo não a esta tentativa de anistia.&nbsp;

Roberto Célio P Silva&nbsp;

Setor Pedro Ludovico - Goiânia&nbsp;

Cartas dos Leitores

Opinião

Opinião - título

Carta dos Leitores

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Matéria - Opinião - Carta dos Leitores

Cartas

Em 7 de junho de 1927 a Câmara dos Deputados derrubou o projeto de anistia aos revoltosos que ocuparam São Paulo, em 1924, e depois se uniram à Coluna Prestes. Em texto publicado em 10 de junho, o jornal O Democrata (disponível na Hemeroteca do IHGG), de propriedade do então senador Totó Caiado, avô do governador Ronaldo Caiado (UB), comemorou a decisão.

“Felizmente mais uma vez predominou na Câmara Federal a verdadeira compreensão das conveniências nacionais, que mandam que se abandonem de todo as inspirações do sentimentalismo mórbido, pronto a perdoar todos os crimes e a acoroçoar novas rebeldias”. Os governistas da época, entre eles Totó Caiado, eram oposição aos revoltosos, o que explica tanto a posição de seu jornal, quanto a reprovação da anistia. Mas nem sempre foi assim.

Levantamento do site Poder 360, publicado em 1º de maio, revelou que desde a Independência do Brasil, coincidentemente comemorada neste domingo (7), o país concedeu 48 anistias. Nessa semana a tentativa de aprovar a 49ª ganhou tração no Congresso Nacional.

Essa pauta não nasceu do interesse público. Pesquisa Datafolha, de agosto, revelou que maioria dos eleitores (55%) é contra anistiar envolvidos nos atos golpistas. Da mesma forma, a PEC da Blindagem, que movimentou o Congresso há duas semanas, não representa reivindicação popular. A proposta visa blindar deputados e senadores de ações judiciais e está, por enquanto, parada.

Assim chega-se à anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro. A proposta entrou na pauta com a adesão do Centrão, em articulação do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). E quem ganha o quê? Os governadores Ronaldo Caiado, Tarcísio (SP), Ratinho Júnior (PR) e Romeu Zema (MG) estão na linha de frente desta anistia pelo apoio e voto de bolsonaristas em 2026.

Caiado defende que o perdão aos bolsonaristas vai “apaziguar” o Brasil, visão que contradiz os fatos históricos. As 48 anistias não pacificaram nada, ao contrário “acoroçoaram novas rebeldias”, como escreveu O Democrata de Totó Caiado, em 1927. O histórico brasileiro é de quarteladas, golpes e tentativas desde a Proclamação da República (em 1989) até o golpe de 1964. A experiência mais longeva de democracia no Brasil tem só 40 anos.

A anistia pode interromper essa experiência e provocar um retrocesso aos tempos em que civis e militares se uniam para derrubar o governo da vez. Juscelino Kubitscheck caiu na armadilha de pacificação. Ele anistiou militares que tentaram impedir sua posse na Presidência da República, em 1956. Novo indulto em 1961 contemplou quem cometeu crimes políticos desde 1934 e beneficiou, principalmente, os partidos de oposição e setores das Forças Armadas que tentaram impedir a posse do presidente João Goulart.

Os impunes se rearticularam e promoveram o golpe de 1964 que cassou o mandato de senador de Kubitscheck e levou o Brasil a uma ditadura militar por 21 anos. Perdoar é apagar crimes, no caso de Bolsonaro e de seus aliados fartamente documentados na denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente na ação penal em julgamento no STF.

Casos de reiteradas campanhas para desacreditar o sistema eleitoral; de produção de material para supostamente provar que teria havido fraude na eleição de 2022; da apresentação de uma minuta de decreto golpista aos chefes das três Forças Armadas, com previsão de convocar novas eleições e de prisão dos ministros do TSE. Sem falar nos atos de violência praticados por bolsonaristas, como no fatídico 8 de janeiro.

A anistia em debate, diferentemente do que querem fazer acreditar os governadores, é apenas uma arma política que barganha a impunidade de Bolsonaro por apoio eleitoral. Para ter sucesso nas urnas em 2026, a direita que se mostra nada moderada, se alia à ultradireita e coloca em risco a estabilidade democrática arduamente construída nesses últimos 40 anos. E pela porta que entrar a impunidade, também passará a blindagem dos parlamentares, principal projeto do Centrão.

Cileide Alves, jornalista

Anistia salva políticos, não o Brasil

Cileide Alves

Matéria - Opinião - Cileide

Trânsito&nbsp;em Goiânia&nbsp;

Após muitos anos dirigindo em Goiânia, venho me questionando se as leis de trânsito mudaram. Exemplos: motoristas que cortam pela direita, motoristas parados em filas duplas, motoristas que não usam setas indicando a direção que vão tomar, motoristas parados em frente de placas proibido parar/estacionar, parados nas rampas de acesso de cadeirantes. E em trânsito selvagem e descortês. Os pedestres, então, não têm vez. A sinalização a eles destinada na sua maioria não funciona, as calçadas ocupadas por veículos e caminhões de cargas.&nbsp; 
Penso que só aplicar multas não está funcionando pois se estivesse, estas infrações não estariam acontecendo diante de nossos olhos. Fica um alerta aos especialistas .&nbsp;

Rosângela Roriz Rizzo Lousa&nbsp; 
Setor Bueno - Goiânia

Manifestação&nbsp;

Peguntaram para mim se e por que eu participaria de uma manifestação atualmente. Respondi que certamente sim, da mesma forma que participei de várias manifestações no passado, desde o pedido de anistia ampla, geral e irrestrita, no final da década de 70, passando pelas Diretas Já, e os anseios de impeachment de Collor e Dilma. Iria, não porque acredito na total inocência dos réus do 8 de janeiro, mas porque tenho certeza da culpa da Justiça; iria, porque aprendi na escola da Faculdade de Direito da UFG, pelos ensinamentos do professor de Direito Constitucional, o valor da liberdade e da justiça, mas, principalmente, porque lendo recentemente texto neste mesmo jornal, pude confirmar que o professor não apreendeu o que ensinou; iria, pois acredito no estatuto da OAB e nas fundamentais prerrogativas do advogado, porque ela mesmo, a OAB, com seu silêncio ensurdecedor, demonstra não acreditar; iria, talvez, pois aprendi a duvidar de quase tudo que ouço e vejo na internet, nessa Torre de Babel, todos e cada um têm um lado, mas por outro lado (desculpe o trocadilho), hoje as mídias tradicionais só têm um lado; não iria, se tivesse ganhado de presente uma preciosa tornozeleira eletrônica, mas melhor ir, pois não gostaria de ganhar a joia mais cara da coroa, a máscara da censura, que turva os olhos, impede a audição e cala a nossa voz.&nbsp;

Hélio Ribeiro&nbsp; 
Jardim América - Goiânia

Crime organizado&nbsp;

As recentes investigações da Polícia Federal e da Receita Federal expuseram um esquema bilionário comandado pelo Primeiro Comando da Capital (PCC), que controlava usinas, distribuidoras, postos de combustíveis, inclusive em Goiás, transportadoras, fintechs e fundos de investimento.

Foram identificados 42 fundos, movimentando R$ 30 bilhões, num “sistema paralelo” que se infiltrou na economia formal do País. É estarrecedor constatar que, enquanto trabalhadores, servidores públicos e pequenas empresas sofrem com a rigidez da “malha fina”, tendo suas mínimas transações bancárias e cartoriais escrutinadas, a engrenagem do crime organizado operava com fluidez nas mais sofisticadas avenidas financeiras do Brasil.

A pergunta que ecoa é inevitável: como estruturas estatais, supostamente preparadas para fiscalizar, deixaram de agir diante de tamanho descalabro?&nbsp; 
Se é verdade que o crime organizado se articula em rede, mais grave é reconhecer que o Estado brasileiro atua de forma desorganizada. Receita Federal, ministérios, polícias, agências reguladoras e órgãos de controle parecem incapazes de somar esforços. A desarticulação institucional é o maior presente que se pode oferecer ao crime organizado.&nbsp;

Não se trata apenas de falha administrativa: é omissão que afronta a ordem jurídica, a moralidade administrativa e a confiança social. A Constituição impõe ao Estado o dever de garantir segurança, coibir ilícitos e proteger a economia popular. A realidade mostra, porém, que os órgãos de inteligência sucumbem diante de criminosos que, paradoxalmente, se mostram mais “organizados” que o próprio Estado. É hora de a sociedade civil, a imprensa e as instituições sérias reagirem. A quem serve a inércia do Estado? Certamente não ao povo brasileiro.&nbsp;

Rubens Vieira da Silva&nbsp;

Centro - Silvânia-GO 
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Rua da Divisa

Atenção, prefeito Sandro Mabel. A Rua da Divisa, que liga os Setores Jaó/ Santa Genoveva ao Tribunal de Contas do Estado (TCE), é via de intenso fluxo de veículos, já que é um dos principais acessos à BR-153. Sua capa asfáltica está completamente deteriorada, precisando com urgência de ser recapeada. Há anos sem receber uma manutenção adequada. O trecho a ser recuperado é de mais ou menos 2km, ou seja, uma extensão pequena. A população clama pela sensibilidade da prefeitura em solucionar esta pendência.&nbsp;

Hamilton Rossi&nbsp;

Setor Jaó - Goiânia&nbsp;

Carta do leitor

Só&nbsp;bafômetro?&nbsp;

De uns tempos para cá, sempre que ocorre algum acidente envolvendo veículos automotores, o cuidado das autoridades e até cobranças da imprensa são pela realização do teste do bafômetro ou etilômetro.&nbsp; 
Ora, existem situações em que fica claro que o provocador ou a provocadora do sinistro não tem a mínima habilidade para dirigir. Não seria o caso de se exigir e tornar obrigatória uma reciclagem?&nbsp;

Macilene R. de Oliveira&nbsp; 
Centro -Goiânia 
 
Verissimo,&nbsp;pai e filho&nbsp;

Com o triste passamento do majestoso escritor Luis Fernando Verissimo dias atrás, surgiram nas redes sociais questionamentos de quem seria melhor: ele ou seu pai, Érico Verissimo.&nbsp; 
Ora, com todo o respeito àqueles que propuseram tal interrogação, vejo que esta seja uma questão inconcebível, fora de sentido.&nbsp; 
Ao invés de “medir forças” entre um e outro, prefiro zelosamente as belíssimas biografias de ambos: uma dupla fabulosa!&nbsp; 
Érico Verissimo? Mestre nas letras sem ter ao menos curso superior, o que não lhe desabilitou em dar aulas em faculdades, inclusive nos EUA. Escritor, tradutor e revisor, fazia uso de uma linguagem simples, muitas vezes coloquial e sempre de fácil entendimento. Que leitura refrescante! Quem nunca se deliciou com o clássico “Olhai os Lírios do Campo”? Ou nunca viajou nas histórias de “O Tempo e o Vento”? Escritor fantástico!&nbsp; 
Luis Fernando Verissimo? Um profissional cidadão multiuso! Escritor, humorista, cartunista, tradutor, roteirista, dramaturgo, romancista e, de quebra, um excelente saxofonista. Nos encantou com seus romances policiais e com suas crônicas sempre recheadas de um humor picante e inteligente. Lembram-se de “O Analista de Bagé”? E como não falar da leveza de leitura em “Comédias da Vida Privada”?&nbsp; 
Pois é, minha gente! Nós brasileiros somos um povo absurdamente privilegiado! Em Terras Brasilis de Sérgio e Chico Buarque de Holanda, de Jacob do Bandolim e Sérgio Bittencourt, de Carlos Nejar e Fabrício Carpinejar e das Fernandas Torres e Montenegro, rendamos nossas eternas homenagens a pai e filho: Érico Verissimo e Luis Fernando Veríssimo!&nbsp;

Roberto Célio P. Silva&nbsp; 
Setor Pedro Ludovico - Goiânia&nbsp;