Ditadura e democracia Fico estarrecido com a forma delicada com que certas pessoas pronunciam tão facilmente os termos Dops (Departamento de Ordem Política e Social) e DOI-Codi (Destacamento de Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna - a Gestapo brasileira). Mais embasbacado fico quando estas mesmas pessoas, tentando defender o indefensável, falam suavemente sobre a anistia dada a bravos(as) cidadãos(ãs) de bem perseguidos, presos e torturados com nefastos métodos que facilmente causariam inveja àqueles praticados na era medieval. Épocas tenebrosas e fétidas que só se passaram graças à luta incansável desses(as) verdadeiros(as) mártires de nosso País pela conquista de nossa democracia. Estas pessoas que cultuam e veneram estas tristes páginas de nossa história falam de prisão e anistia como se fossem temas brandos e salutares. Estas nunca entenderão o que realmente se passou nos porões desta famigerada ditadura militar. Aliás, muitas vezes citam que vários(as) companheiros(as) - graças a Deus - estão hoje firmes e fortes na luta ativa e, inclusive, ocupando dignamente postos nas mais diversas esferas públicas. No entanto, de forma covarde, omitem as centenas de casos de desaparecidos(as) e assassinados(as) pelo então regime militar brasileiro. Para estes é fácil esquecer, maquiar ou omitir tudo isso. Sei muito bem o nome que se dá a isso, mas prefiro que estes, no fundo de suas consciências, procurem as palavras mais adequadas.