Democracia e ditadura

Etimologicamente democracia, do grego “demokratia,as”, junção de “demos”, que significa povo, e “kratía”, com sentido de poder. Democracia, sistema de governo no qual o poder do Estado é investido em sua população em geral, enquanto ditadura tem sua origem no latim “dictatura,as”, ofício do ditador. Regime autoritário de governo. O texto intitulado Ditadura e democracia do sr. Roberto Célio, de 8/10/25, fez-me lembrar das inúmeras vezes em que li, nas redes sociais, pessoas afirmando que ditadura nunca existiu no Brasil. Tantas afirmativas esdrúxulas, discursos evasivos, de pouca leitura. Daí a importância dos livros para discutirmos qualquer assunto, para irmos além do senso comum, das fake news. E ao discutir sobre democracia e ditadura, é imprescindível a leitura de no mínimo dois livros: ‘Utopia Autoritária Brasileira: como os militares ameaçam a democracia brasileira desde o nascimento da República até hoje’, de Carlos Fico, pesquisador, tido como maior autoridade no estudo da ditadura militar brasileira, dos diversos golpes e tentativas de golpes entre os séculos 19 e 21, desde a Proclamação da República aos anos recentes. Ele fala das tentativas fracassadas de 1904, 1922, 1924, 1956, 1959 e 1961 e golpes bem-sucedidos de 1889, 1930, 1937, 1945, 1954, 1955 e 1964. No que diz respeito ao caso mais recente, a tentativa de golpe de 2022-2023 há algo inédito: o indiciamento de militares golpistas.&nbsp; 
Já o segundo livro, ‘Ninguém pode se calar’, o sobrevivente Pinheiro Salles nos conta os horrores praticados no Brasil entre 1964 e 1985, os crimes, a violência da ditadura militar, a resistência a esse período de chumbo e sangue, diz sobre golpes nas selas e nas salas de tortura, onde o autor passou nove anos nos porões no regime ditatorial. Ele teve fraturas nos ossos da face, tímpano rompido, esgarçaram seus pulsos, apodreceu seu punho do braço direito, choques elétricos, sessões de espancamentos, foi mutilado, arrancaram-lhe dentes. É impossível esquecer. Entre muitos, estes dois livros nos oferecem uma reflexão sobre os desafios da democracia brasileira. Que nunca mais aconteça regime ditatorial em nosso país!

Flomar A. Oliveira Chagas 
Jataí –GO

Nobel da Paz

Merecido o Nobel da Paz para a líder da oposição da Venezuela, María Corina Machado. Como a Venezuela vive num regime ditatorial com Nicolás Maduro, hoje María Corina vive na clandestinidade. Aos olhos do mundo democrático, a resposta veio com a consagração do prêmio a essa mulher defensora do sofrido, pobre e de maioria desnutrida povo venezuelano.

Paulo Panossian 
São Carlos-SP

Cartas dos Leitores

Opinião

Opinião - título

Carta dos Leitores

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Matéria - Opinião - Carta dos Leitores

Cartas

Título de cidadania

Para que serve, afinal, um título de cidadania? Os títulos de cidadania diferenciam-se em nacional e honorífica ou benemérita. O primeiro é geralmente outorgado a pessoas de outra nacionalidade, concedendo-lhes direitos e deveres iguais aos dos cidadãos nascidos no país. Isso inclui o direito de viver e trabalhar no território nacional, acesso aos serviços públicos, enfim, todos os direitos e deveres inerentes à condição de cidadão. Trata-se, portanto, de um instrumento com aplicação prática na vida do agraciado. Já a Cidadania Honorária ou Benemérita é uma honraria simbólica, uma forma de reconhecer publicamente as contribuições de um indivíduo à cultura, economia, esporte ou sociedade de uma localidade. Os benefícios, nesse caso, resumem-se basicamente à honraria em si, a direitos cerimoniais e, em alguns casos polêmicos, à isenção de taxas municipais e concentram-se majoritariamente no receptor da honraria, cabendo muito pouco à comunidade que a outorga. É essencial, a meu ver, manter o foco no coletivo. A concessão deve servir para reconhecer publicamente contribuições exemplares, criar modelos inspiradores e fortalecer a identidade cultural local. 
Contudo, o que se observa na prática é uma verdadeira enxurrada de propostas de concessão desses títulos. Só na semana passada, conforme publicado por este jornal (06/10/25), foram apresentados 15 projetos na Assembleia Legislativa, totalizando 184 títulos propostos. E nesta quinta (09) leio a notícia de mais um - desta vez para um cidadão francês que abriu recentemente um restaurante em Goiânia! Pergunto-me, então: por que nossos vereadores e deputados se ocupam tanto com tão pouco? Onde estão os projetos com foco em educação, saúde, mobilidade, meio ambiente e outras bandeiras que tantas vezes embalam discursos de campanha?

Heloísa Augusta&nbsp;Brito de Mello 
Setor Marista - Goiânia

Câmara de Goiânia

Indiferença. Essa é a impressão que os eleitores goianenses deixam bastante claro, quando o assunto envolve atores políticos. O caso mais recente, é do irmão do vereador da Câmara de Goiânia, que ganha 24 mil reais por mês (que já é um absurdo), que deveria ter pedido demissão, se tivesse um mínimo de dignidade. Ora já é público sua pretensão de disputar uma vaga na Câmara Federal pelo seu estado de origem que é o Pará. Mas não para por aí, acontece que o que os goianos acabam financiando seu projeto político com esse generoso salário.&nbsp;

Cesar Benito Caldas&nbsp; 
Cidade Jardim - Goiânia

Acidente com o césio-137

Louvável a iniciativa do vereador Lucas Kitão ao reapresentar projeto para criação de museu e monumento alusivo ao acidente com o césio-137. 
O evento teve e ainda tem repercussão mundial, mas as nossas autoridades o tratam com desprezo, deixando o lote da Rua 57 se tornar depósito de lixo ao invés de construir ali um memorial, que serviria até de atração turística, item tão carente em nossa capital.

Macilene R. de Oliveira 
Centro - Goiânia

 
Prosperidade&nbsp;

Prosperidade não é um sentimento — é um sistema. E esse sistema só se sustenta quando há atividade econômica capaz de gerar valor real. O Índice de Progresso Social (IPS) 2024 nos provoca uma pergunta: como pequenas cidades conseguiram as melhores classificações de progresso social em Goiás? Em Rio Quente, o turismo tornou-se referência internacional. Em Catalão, a presença de indústrias impulsiona o progresso regional. Em Goianésia, o setor sucroenergético tornou-se vetor de desenvolvimento sustentável. Essas trajetórias revelam um padrão claro: onde há negócios fortes, produtivos e competitivos, há desenvolvimento que se espalha - renda, emprego, infraestrutura e oportunidades. Sem atividade econômica estruturada, o progresso social não se sustenta. Onde há apenas sobrevivência, não há base para prosperar. Não se trata de escolher entre o pequeno ou o grande. Trata-se de reconhecer que a prosperidade nasce de quem permanece necessário, competitivo e capaz de multiplicar valor.&nbsp;

Leandro Evangelista&nbsp; 
Setor Oeste - Goiânia

 
Imagem de Lula

Pesquisa Genial/Quaest traz muito boa notícia para o Planalto: a aprovação do governo sobe dos 46% para 48%, e a reprovação cai dos 51% para 49%. Apesar de o governo não se preocupar com o equilíbrio fiscal, ganha pontos positivos com o eleitorado com seu oportuno e justo projeto de corrigir o valor da isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil , o que vai beneficiar 15 milhões de pessoas entre os que estarão isentos, e aqueles declarantes que recebem até R$ 7.350, que de forma escalonada passarão a recolher menos IR - 67% dos entrevistados ficaram sabendo da aprovação deste benefício e 79% dizem ser a favor da isenção do IR. Também pesou nesta melhora da imagem de Lula, o seu encontro [CARTAS_TXT]com Donald Trump, do qual se espera que o presidente dos EUA revogue ou reduza bem a taxação sobre produtos brasileiros exportados, hoje em 50%.&nbsp;

Paulo Panossian 
São Carlos-SP

Ditadura e democracia

Fico estarrecido com a forma delicada com que certas pessoas pronunciam tão facilmente os termos Dops (Departamento de Ordem Política e Social) e DOI-Codi (Destacamento de Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna - a Gestapo brasileira). Mais embasbacado fico quando estas mesmas pessoas, tentando defender o indefensável, falam suavemente sobre a anistia dada a bravos(as) cidadãos(ãs) de bem perseguidos, presos e torturados com nefastos métodos que facilmente causariam inveja àqueles praticados na era medieval. Épocas tenebrosas e fétidas que só se passaram graças à luta incansável desses(as) verdadeiros(as) mártires de nosso País pela conquista de nossa democracia. Estas pessoas que cultuam e veneram estas tristes páginas de nossa história falam de prisão e anistia como se fossem temas brandos e salutares. Estas nunca entenderão o que realmente se passou nos porões desta famigerada ditadura militar. Aliás, muitas vezes citam que vários(as) companheiros(as) - graças a Deus - estão hoje firmes e fortes na luta ativa e, inclusive, ocupando dignamente postos nas mais diversas esferas públicas. No entanto, de forma covarde, omitem as centenas de casos de desaparecidos(as) e assassinados(as) pelo então regime militar brasileiro. Para estes é fácil esquecer, maquiar ou omitir tudo isso. Sei muito bem o nome que se dá a isso, mas prefiro que estes, no fundo de suas consciências, procurem as palavras mais adequadas. 
Tenho muito orgulho deste(as) obstinados(as) brasileiros(as) que lutaram dando literalmente suas vidas em prol da ampla democracia que hoje vigora em nosso amado Brasil.&nbsp;

Roberto Célio P. Silva&nbsp; 
Setor Pedro Ludovico - Goiânia

Filmes dublados&nbsp;

É inaceitável que os cinemas de Goiânia tratem as sessões legendadas como um favor ao público, e não como um direito básico de acessibilidade e escolha. Quando existem, são escondidas em horários impraticáveis e poucas salas, como se ver um filme no idioma original fosse um capricho, não uma preferência legítima - ou, no caso do público surdo, uma necessidade.&nbsp; 
Se a intenção é afastar quem valoriza cultura e inclusão, estão conseguindo com sucesso. Agradeço, aliás, pela economia: menos ingressos, menos Uber, menos pipoca - sobra mais para os streamings, que ao menos respeitam quem quer entender o que está assistindo.&nbsp;

Valdo Carvalho&nbsp; 
Setor Sul - Goiânia

Transporte coletivo

O transporte coletivo de Goiânia não atende nem o primeiro requisito para a prestação de um bom serviço; a informação ao passageiro. Em Goiânia não se sabe se o ônibus está indo ou voltando. Talvez quem cuide do ônibus conheça a cidade toda, mas para o passageiro comum, por exemplo, que está na Avenida T-63, saber de que lado fica a Praça A é muito difícil.

Marcos de Luca Rothen 
Setor Bueno - Goiânia

Bebidas destiladas adulteradas

Duas situações devem ser analisadas neste primeiro momento, no que tange aos impactos provocados, pela adulteração das bebidas destiladas no Brasil. A primeira é nos compadecermos com as famílias das vítimas que até este momento, chorama perda de pessoas cuja causa da morte, intoxicação por metanol, já foi confirmada ou é investigada. A segunda situação, é buscar celeridade nas investigações, empregando um rastreamento preciso, conciso, objetivo e direto, identificando os autores envolvidos&nbsp;nesta tragédia.&nbsp; 
Este é um momento em que as autoridades sanitárias e da saúde devem ter equilíbrio nas ações, mas ousadia na busca por um antídoto eficiente. A imprensa também tem um papel fundamental, evitando o sensacionalismo, o terrorismo, o pânico, o pavor e as desinformações.&nbsp; 
Não devemos desprezar, os impactos econômicos da descoberta de metanol nos destilados, já que a primeira atitude do consumidor é se afastar de bares, boates, distribuidoras e outros pontos de vendas. Por outro lado, para evitar prejuízos e demissões, os comerciantes devem disponibilizar notas fiscais de compra das bebidas, evidenciando a origem e procedência dos seus produtos, bem como só&nbsp;vender bebidas que não são de tampa de rosca, já que esse é o tipo de tampa mais comum nas adulterações. Devem também se colocar à disposição&nbsp;dos clientes para sanar possíveis dúvidas.&nbsp; 
O momento é de evitar que essa situação se espalhe para todo o Brasil, com uma fiscalização mais eficiente e rigorosa, até mesmo porque das 27 unidades federativas da união, apenas 9 estados e o Distrito Federal têm registro de pessoas mortas, cegas, ou com outros graves sintomas da ingestão de metanol.&nbsp; 
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Márcio Manoel Ferreira 
Jardim Novo Mundo- Goiânia