Cidadania

A cidadania se constrói no equilíbrio entre direitos e deveres, tanto dos governantes quanto dos governados. Em Goiânia, acompanhamos com interesse as iniciativas da atual gestão municipal, mas é imperativo que a prática caminhe lado a lado com o discurso. Tomemos como ponto de partida a importante campanha de conscientização sobre o descarte correto do lixo. É louvável que a prefeitura chame a população à responsabilidade, mas essa decisão seria muito mais acertada se viesse acompanhada de providências essenciais: a instalação de lixeiras públicas em número adequado nas ruas e calçadas. Não se pode exigir a colaboração plena do cidadão sem fornecer a infraestrutura mínima para tal. Sem entrar em detalhes, me parece que as últimas lixeiras públicas colocadas em Goiânia foram na gestão de Nion Albernaz. 
Outro mau exemplo da gestão municipal reside na pauta ambiental: o poder público tem suprimido áreas de permeabilidade ao trocar esses espaços por pavimentação para mais veículos, muitas vezes sem a devida compensação ambiental. Essa atitude compromete a capacidade de drenagem da cidade, agravando problemas de alagamentos e demonstra uma falta de visão em longo prazo em relação ao equilíbrio ecológico urbano. 
No quesito mobilidade urbana e fluidez do trânsito, a preocupação existe, mas é visível um grande privilégio dado aos veículos em detrimento dos pedestres. Um exemplo contundente é a sinalização de “Direita Livre”, frequentemente escrita em letras garrafais, enquanto a prioridade e o respeito ao pedestre são relegados a textos em fontes mínimas. Essa desproporção na ênfase é um sinal claro de que a prioridade de fato não recai sobre quem caminha. 
A falta de isonomia na fiscalização também gera um sentimento de injustiça. Observamos fiscalização de ambulantes e de pequenos atos que perturbam a ordem social, que são necessárias. No entanto, grandes empreendimentos de construtoras parecem usufruir de um tratamento diferenciado. É fundamental que o tratamento seja igualitário.

Orion Andrade de Carvalho 
Setor Oeste - Goiânia

Horror no Rio

Terça-feira, 28, para não se esquecer. Os horrores que presenciamos no enfrentamento da polícia do Rio, nos complexos do Alemão e da Penha, com 119 mortes, além de mais 4 de policiais, no enfretamento ao criminoso Comando Vermelho, não pode passar mais uma vez em vão. Precisa de respostas...

Paulo Panossian 
São Carlos-SP

Cartas dos Leitores

Opinião

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Carta dos Leitores

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Matéria - Opinião - Carta dos Leitores

Cartas

Poda de árvores&nbsp;

Ultimamente, temos observado que as árvores da nossa cidade têm sofrido podas drásticas. Entendemos que existe um conflito entre os fios e os galhos, e que o problema maior é que possam causar queda de energia. Motivo justo, mas será que estas podas estão sendo acompanhadas pelos órgãos municipais? O que vemos é que as podas mutilam as árvores e que as maiores, as mais antigas, estão sendo decepadas quase na sua totalidade. Quem caminha pelas ruas vê, com tristeza, que as nossas calçadas estão cada vez menos arborizadas.&nbsp; 
Senhores responsáveis pela fiscalização, vamos acompanhar mais de perto a situação.&nbsp;

Rosângela Roriz Rizzo Lousa&nbsp; 
Setor Bueno - Goiânia

Documento papal&nbsp;

Frei José Fernandes Alves (OP, frade dominicano e membro da Coordenação do Comitê de Direitos Humanos Dom Tomás Balduíno) nos brindou com um excelente texto a respeito do rumo alvissareiro que o Papa Leão XIV está decidido a levar em seu Pontificado.&nbsp; 
Frei José Fernandes nos fala sobre a importância da primeira Exortação Apostólica do Santo papa Leão XIV, nomeada Dilexi Te, que nos reacende a chama da Teologia da Libertação com seu olhar cristão para os pobres e excluídos. O documento papal se faz ainda mais importante quando o líder maior da Igreja Católica Apostólica Romana nos aponta a necessidade de nós, católicos, voltarmos novamente a atenção especial às Comunidades Eclesiais de Base onde se encontram, aliás, os Movimentos das Pastorais, por exemplo. Tudo “tendo o pobre como sujeito de evangelização”.&nbsp; 
Discípulo notório do papa Francisco e possuidor de um coração inquieto agostiniano, Leão XIV deixa bem claro nesta sua sagrada escrita a necessidade imperativa de levar adiante as propostas humanitárias de papa Francisco, mas sem abrir mão de sua personalidade e forma de atuação, óbvio. Aqui no Brasil, terra de Pedro Casaldáliga, Leonardo Boff, Helder Câmara e Tomás Balduínos, esta Exortação Apostólica se faz necessária e pertinente, principalmente quando se percebe que o olhar para a população mais vulnerável e em situação de risco social é objeto de atenção prioritária do governo federal. A partir daí, o engajamento da sociedade&nbsp;civil organizada é questão de pouco tempo.&nbsp; 
É assim que se faz uma revolução social justa e ordeira. É a paz inquieta agindo.&nbsp; 
Paz e bem! &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp;

Roberto Célio P. Silva &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; Setor Pedro Ludovico - Goiânia

Emendas parlamentares

É grave e inaceitável a denúncia que vem sendo divulgada pela imprensa goiana: o pagamento de até 15% do valor das emendas impositivas de vereadores de Goiânia para o orçamento municipal. Tal prática fere frontalmente o princípio da legalidade e afronta a própria hierarquia das normas jurídicas. 
A Lei Federal nº 13.019/2014 e o Decreto Federal nº 8.726/2016, que disciplinam as parcerias entre a administração pública e as entidades privadas sem fins lucrativos, estabelecem de forma expressa que o valor máximo da taxa de administração ou custo operacional não pode ultrapassar 5%. Nada além disso é legítimo. Portanto, qualquer cobrança acima desse teto é ilegal e imoral. O Município de Goiânia, ao permitir a retenção de 15%, extrapola o que a lei autoriza e compromete a credibilidade das políticas públicas financiadas pelas emendas. Mais grave ainda é o silêncio do Ministério Público de Goiás e do Tribunal de Contas dos Municípios, que deveriam exercer vigilância rigorosa sobre cada centavo oriundo do erário. A omissão de tais instituições fragiliza o sistema de controle e estimula a banalização do desvio de finalidade. É dever constitucional do controle externo zelar pela moralidade administrativa e impedir que a lei federal seja violada por normas ou práticas locais. Além disso, cabe recordar que o Congresso Nacional, ao admitir o limite de 5%, também se distancia do interesse público. Emendas parlamentares são instrumentos de aplicação direta e transparente de recursos, que não justificam taxas administrativas vultosas. O dinheiro público não pode se converter em prêmio de gestão, mas em serviço concreto ao cidadão. Como bem enfatizou o ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal, “o controle e a prestação de contas são pilares de qualquer democracia que se respeite”. É tempo de Goiânia, de Goiás e do Brasil honrarem esse princípio, pondo fim a práticas que desonram a República. 
O povo goianiense e nós goianos merecemos respeito, e o dinheiro público, zelo. Que o Ministério Público, o Tribunal de Contas e os próprios vereadores reencontrem o caminho da legalidade e da ética. A sociedade já não tolera mais o silêncio cúmplice.

Rubens Vieira da Silva 
Silvânia-GO

Combustíveis&nbsp;

Neste ano o governo anunciou duas reduções no preço dos combustíveis. Onde foram parar essas reduções, alguém viu? Será que realmente tem crédito o anúncio do governo? Ou será que os donos dos postos não quiseram&nbsp; 
repassar ao consumidor final?&nbsp; 
Os órgãos fiscalizadores fazem de conta que fiscalizam e os donos dos postos fazem de conta que são fiscalizados, e o consumidor paga a conta. O que falar do alinhamento dos preços? Ou talvez os donos dos postos sejam as vítimas dos consumidores.&nbsp;

Valentin Moreira Da Silva Jr. 
Setor Aeroporto – Goiânia&nbsp;

Literatura

Quando meu pai dizia que o sertão tinha “estórias do arco da velha’’, eu acreditava e acredito.&nbsp;Acredito porque o tempo não é capaz de apagar o que a história deixou como registro nos livros e nos tantos documentos por aí divulgados e conhecidos. Ao folhear as páginas dos livros que tratam sobre o tema, a linguagem me fez mergulhar nas tantas frases e de olhos fechados percorrer linhas e linhas, buscando compreender, mas, por meio da escrita, aqueles cenários descritos nos romances, nos contos, crônicas e poemas das variadas publicações.&nbsp;

Não com a certeza de Graciliano Ramos, Euclides da Cunha e João Guimarães Rosa, nas tantas de suas obras marcadas pelo preciosismo da língua portuguesa, mas, quem sabe, ao lembrar de Cora Coralina, me sentirei pertinho dela por alguns momentos, imaginando quais eram os motivos que a tornaram uma mulher tão corajosa e diferente do seu tempo. Brincando com as palavras foi alinhavando sua estória adoçada por um vocabulário genuíno, fazia da sua linguagem um desenho imaginário de uma vida rica de analogias e metáforas, arroubos de sabedoria e inigualável poesia.&nbsp;

Então esta carta é para homenagear os tantos preciosos autores da vasta literatura, que de uma maneira ou de outra nos ensinaram sobre se entregar a essa aventura que é escrever, deixando o perfume das flores, a frescura das matas, o cheiro da terra, do sertão e do Cerrado se esparramar nas suas narrativas e descrições como só eles foram capazes de descrever.&nbsp; 
Com ou sem retoques, mas, com a magia dos tantos momentos ímpares de suas obras, que os eternos mestres inspirem professores e alunos para abraçar o gosto pela leitura. Pois quem não lê, não fala, e não escreve.&nbsp;

Marta Horta Figueiredo&nbsp;de Carvalho&nbsp;

Jardim América - Goiânia

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Alta da energia

Existe uma certa tendência atualmente no Brasil, e principalmente em estados e municípios predominantemente conservadores, em dizer que quando há o aumento de alguma coisa, ou a falta dela, a culpa é do governo federal, mesmo eles sabendo que não é. Vejamos o caso recente, do aumento da energia elétrica em 18,74%, as taxas variam conforme a tensão utilizada.

Vale lembrar que a Aneel é uma autarquia. Quem reajusta o preço da energia elétrica é a empresa que faz a distribuição, que é uma empresa privada. A Aneel fiscaliza as ações dessa companhia, visando identificar se as cláusulas contratuais estão sendo respeitadas.

Márcio Manoel Ferreira

Jardim Novo Mundo -Goiânia

Carta do leitor

Patrimônio cultural

O Centro-Oeste do Brasil é a região que menos arrecada no Programa Nacional de Apoio à Cultura, do Ministério da Cultura. É o menor índice de ações apresentadas e com baixíssimo nível de captação. Esse dado, entretanto, não pode se confundir com o valor do patrimônio cultural da região, muito menos com o nível dos profissionais atuantes. Um processo de restauração requer compromisso, paciência e profundo respeito. Ao longo de mais de quatro décadas de atuação direta na área do patrimônio cultural, aprendi que preservar não é apenas restaurar estruturas físicas — é zelar por memórias, identidades e histórias que nos constituem como sociedade. 
Sempre fui considerada uma pessoa severa nas minhas avaliações e na condução da causa pública. E foi justamente essa severidade — muitas vezes confundida com rigidez — que me permitiu conhecer empresas, profissionais e organizações não governamentais verdadeiramente comprometidas com o Patrimônio Cultural. Gente séria, que entende que bulir com o patrimônio é lidar com algo sagrado, que exige ética, técnica e responsabilidade. Ao longo dos anos, aprendi a separar o joio do trigo. Há quem veja na preservação do patrimônio apenas uma oportunidade de visibilidade ou de lucro. Mas há também — e felizmente — quem a veja como missão. Por isso, li com indignação reportagem publicada recentemente no UOL, que citava uma dessas sociedade culturais originárias do Centro-Oeste, a Elysium, além de outras empresas e pessoas com quem atuei de forma próxima e respeitosa. Trata-se de equipe de longa trajetória, de mais de 30 anos em defesa do patrimônio, responsável por várias ações não apenas no Centro-Oeste, mas em todo o País e mesmo no exterior. O texto me causou tristeza e perplexidade. Mais uma vez, vi como o desconhecimento e a falta de apuração podem gerar informações distorcidas, capazes de manchar trajetórias inteiras e de esfacelar o trabalho de profissionais sérios.

Salma Saddi 
Historiadora, ex-superintendente&nbsp;do Iphan em Goiás

Adulteração&nbsp;de produtos&nbsp;

Café, açaí, suplementos, combustível, bebidas, INSS, instituições, todas adulteradas.&nbsp;E o pior, a consciência de uma nação adulterada. Deus salve&nbsp;o Brasil.&nbsp;

Ricardo Garcez de Souza&nbsp; 
Setor Goiânia 2 - Goiânia